quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Poema aos amigos


Não posso dar-te soluções
Para todos os problemas da vida,
Nem tenho resposta
Para as tuas dúvidas ou temores,
Mas posso ouvir-te
E compartilhar contigo.

Não posso mudar
O teu passado nem o teu futuro.
Mas quando necessitares de mim
Estarei junto a ti.

Não posso evitar que tropeces,
Somente posso oferecer-te a minha mão
Para que te sustentes e não caias.

As tuas alegrias
Os teus triunfos e os teus êxitos
Não são os meus,
Mas desfruto sinceramente
Quando te vejo feliz.

Não julgo as decisões
Que tomas na vida,
Limito-me a apoiar-te,
A estimular-te
E a ajudar-te sem que me peças.

Não posso traçar-te limites
Dentro dos quais deves actuar,
Mas sim, oferecer-te o espaço
Necessário para cresceres.

Não posso evitar o teu sofrimento
Quando alguma mágoa
Te parte o coração,
Mas posso chorar contigo
E recolher os pedaços
Para armá-los novamente.

Não posso decidir quem foste
Nem quem deverás ser,
Somente posso
Amar-te como és
E ser teu amigo.

Todos os dias, penso
Nos meus amigos e amigas,
Não estás acima,
Nem abaixo nem no meio,
Não encabeças
Nem concluís a lista.
Não és o número um
Nem o número final.

E tão pouco tenho
A pretensão de ser
O primeiro
O segundo
Ou o terceiro
Da tua lista.
Basta que me queiras como amigo

Dormir feliz.
Emanar vibrações de amor.
Saber que estamos aqui de passagem.
Melhorar as relações.
Aproveitar as oportunidades.
Escutar o coração.
Acreditar na vida.

Obrigado por seres meu amigo.


Jorge Luís Borges


sábado, 26 de novembro de 2011

Então é natal...

Aprendi, não sei quando nem onde muito menos como, que o dia certo para montar a árvore de natal é 26 de dezembro - esta data seria o marco do dia em que os reis magos sairam em peregrinação em busca da criança que nasceria em Nazaré.

Hoje o santo google me disse que esta tradição varia de país para país:

"Em muitas cidades dos Estados Unidos, por exemplo, só se monta a árvore na véspera de Natal, é a famosa noite anterior tão esperada pelas crianças. Em muitos países da Europa já no dia 25 de novembro, um mês antes, a população monta o presépio e a árvore. Entre nós, nunca se firmou uma tradição, mas gosto de um costume de Petrópolis, onde nasci, que manda montar a ornamentação no dia 6 de dezembro, Dia de São Nicolau, nosso querido Papai Noel, ou Santa Klaus, como dizem os de língua inglesa, e a mesma tradição manda desmontar, impreterivelmente, até a meia-noite do dia 6 de janeiro..."

Pois é, mas eu mantenho a minha tradição pessoal, e hoje montei a decoração natalina em casa.
Para mim, dezembro é mágico - desde sempre. Quando era criança nos reuníamos na casa do Vô Nano para comemorar, minha família, vovô e vovó, tios, primos e alguns amigos, o natal. E mesmo sem muitos presentes - era uma época em que o acesso à bens supérfluos era bastante restrito para minha família - era a melhor data. Todos estavam felizes sempre, uma energia boa tomando conta do ar, e havia uma união e um amor que nos unia que ainda hoje não sei explicar. Talvez fosse, sim, a magia dos meus olhos de criança transformando a realidade - mas a transformava, então, de tal maneira que até hoje o natal continua sendo a festa do ano que mais gosto. Cresci, e na casa de meus pais sempre era uma delícia, quando começava dezembro mamãe tirava das caixas não só a decoração do natal, como os discos... e o ar se enchia de música natalina. Eu amava! Nesta época a situação financeira já era bem melhor, e sempre havia bons presentes para todos. E apesar de gostar muito, paradoxalmente sempre foi uma data melancólica também... tem uma canção que não ouço há trocentos anos, mas que particularmente amava muito: quando chega o natal, do Ivon Curi. Ela é muito triste, eu acho. Mas eu gosto muito, muito dela.

Então o tempo passou, fiquei grávida e Paula nasceu no natal. Exatamente no dia 25. Foi um presente de Deus, fala sério??? E logo depois veio Maya, e um tempo depois, Matheus. E os natais, que eu já amava, passaram a ser melhores, infinitamente melhores. Amava dezembro ainda mais - meus filhos sentiam a magia do natal tanto quanto eu, e adorava enfeitar a casa, fazer os presentes, arrumar as coisas para a festa... era tão bom! Todo ano montar o pinheirinho era uma delícia, junto com as crianças, que contavam nos dedos os dias para tudo isto - e enfeitar a casa era um ritual familiar muito bom.
Mas aí eles cresceram, e cada um seguiu seu rumo. Ainda assim, mantive o hábito de preparar a casa para esperar o natal - afinal, o que mais gosto no natal é o espírito, o clima no ar. E hoje, mais uma vez, enfeitei a casa sozinha. Maya estava aqui, dormindo no sofá. E ao mesmo tempo em que eu ia escolhendo os enfeites, rearrumando alguns, fui sendo invadida por uma sensação tão melancólica, uma vontade tão grande de que o tempo pudesse, magicamente, voltar atrás. E ter os três comigo, pendurando enfeites, luzinhas, escolhendo onde colocar festões, papais noeis, arranjos, escolhendo presentes, cartões. Hoje não sei nem se passarei com eles natal ou ano novo. E tenho que aprender a conviver com isto.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Curitiba, 23 de novembro de 2011.

Querida Amália,

talvez você não acredite, mas tem se revelado muito melhor do que eu jamais podia imaginar esta história de internet. Arrependo-me amargamente de ter resistido tanto tempo em conhecer e aprender sobre isto. E sinceramente, acho que você devia limpar sua mente, baixar a guarda e pedir ao Artur que lhe mostre os caminhos mágicos abertos para nós pelo que os jovens chamam tecnologia e inovação! Esta história de computador, ao invés do que você vive repetindo, não é coisa de doido – nem do demo, minha amiga. Tenho certeza de que se fôssemos mais jovens teríamos inclusive a possibilidade de encontrar um namorado navegando pelo mundo dito virtual, como a Celinha – que aliás, já marcou o casamento. Sim, minha querida, ela vai mesmo se casar com o australiano e se mudar para Melbourne. Ele veio nos visitar há duas semanas, e justamente no dia de sua chegada o Jonas caiu e quebrou o pé. Olha que o “eu não disse?” ficou pendurado na pontinha da minha língua, porque vivo alertando que aquele tal de skate é um risco, qualquer dia ele vai quebrar mais do que o pé, ele sim parece um doido pra cima e para baixo com aquela pranchinha de rodas! Por isto interrompi nossa correspondência semanal, a Mariana pediu demissão e nem esperou que a Julia conseguisse outra empregada, fiquei responsável pela cozinha nestes dias – e por cuidar do Jonas, que ficou quatro dias de molho, mas agora já está com a tal da botinha podendo pisar e já nem tem cuidados, só falta de botinha mesmo correr com o skate. Finalmente ontem veio uma nova mocinha, que eu francamente acho que não vai vingar, mas prefiro ficar calada porque já estou quase naquela categoria de avó-chata-que-só-reclama-de-tudo.
Como estava te contando, minha amiga querida, a Celinha marcou o casamento – e só vai casar porque facilita a mudança dela para a Austrália, o que aliás acho muito certo. Hoje em dia morar junto sem casar não é mais um bicho de sete cabeças como no nosso tempo, afinal. Aliás, acho que é muito mais estranho ver jovens se casando de maneira tradicional, isto sim. O casamento vai ser em janeiro, e eu gostaria muito que você viesse. Não se preocupe, conversei com a Celinha antes de convidá-la, viu? E ela disse que gosta muito de você, que faz gosto de sua presença, e que a convidaria ainda que eu não tocasse no assunto. E é claro que você ficará aqui em casa, vai ser muito bom ter alguém passando uns dias comigo – porque é claro que você virá para passar pelo menos umas duas semanas, não é? Aí aproveito para torná-la mais íntima da internet e de sua infinitas possibilidades! O Jonas, nestes dias em que ficou de molho, me cadastrou numa dessas redes sociais em que eles se encontram para bater papo (isto é algo que ainda não me acostumo, mas a Celinha já me disse que vai ser muito mais fácil – e barato – conversarmos por este canal quando ela estiver morando no exterior!) e me mostrou um aplicativo muito divertido, quando estou ociosa gosto de entrar e brincar um pouquinho, você vai gostar também, tenho certeza.
Eu quero contar para você sobre uma pesquisa que vi na internet, sobre amizade, muito interessante. Mas já está quase na hora de sair para a minha aula de pilates, então conversamos sobre isto em outra ocasião.
Aqui estão todos bem. Dê um beijo por mim na Lívia e no Artur, e pra você meu mais profundo abraço de saudade,

a amiga de sempre,

Nana

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

De que é feito?



De que é feito o amor?

De olhares cúmplices, risadas gostosas, conversas infindáveis.
É feito de silêncios, de ausências, de presenças, é feito de paciência e persistência.
Tem muito de impulsos, de receios, de certezas, de pequenos momentos únicos.
O amor é feito do seu cheiro na minha pele, de noites dormidas de conchinha,
de pipoca assistindo comédias românticas, de sua voz ao som do violão
cantando Leãzinho e tantas outras canções...
É feito de passeios na praia, de vento no cabelo, de momentos sentados olhando o mar.
Tem também pitadas de carnaval, trio elétrico e folia, ciúmes e dúvidas,
reafirmação de escolhas, de confiança.
O amor é feito de distâncias, de telefonemas urgentes, de saudades imensas,
de reencontros felizes, de escolhas diárias.
O amor é feito de cotidiano, de espera e de esperança.
O amor é feito de mim. E de você.

domingo, 23 de outubro de 2011

Vó Maria

Fui uma pessoa de sorte, sempre. Mesmo quando não reconhecia isto.
Tive a sorte de conviver por muito tempo com todos os meus avós, e ainda a minha bisa.
E hoje acordei pensando na vó Maria, mãe do meu pai (porque a mãe da minha mãe também era Maria).
Ela me amava, tenho certeza. Mas, talvez por causa da dedicação exagerada da família toda a uma menininha cheia de vontades atitude, tomou pra si a missão de mostrar pra mim para ela que não, o mundo não girava ao redor do seu umbigo. Apesar de ser a preferida (sem nenhum tipo de disfarce) do meu avô, apesar de ser dodói das tias e tios, sempre senti a falta de ser querida por minha avó de uma maneira especial. Para ela, era sempre a Gilvaninha a melhor. A mais bonita. A mais tudo. Parece ressentimento, dizendo assim, bem sei. Mas não é. Estava aqui matutando sobre a matéria da Isto É que fala de afinidades com filhos, e do nada, o pensamento voou para ela.

"Vó, quando a senhora morrer, deixa pra mim sua máquina de costura?"
Minha avó tinha uma máquina antiga, de pedal, linda, onde aprendi a costurar. E onde comecei minha incursão no mundo do artesanato, fazendo bolsas que vendia na escola, aos dezesseis anos. E eu tinha uma relação de amor com ela.
"Não, sua mãe tem máquina de costura. Ela deixa pra você."
"Mas, vó, a da mamãe não é antiga assim, é de motor..."
"Melhor ainda, mais fácil pra você. Minha máquina vai ficar pra Gilvana."
"Mas vó, a tia Ide tem máquina também!"
Acho que esta mania de ser "bocuda" influenciava muito na nossa relação.
"Já falei, menina. Minha máquina é da Gilvana e pronto."

"Vó, quando a senhora morrer deixa estes brincos pra mim?"
Ela tinha uns brinquinhos de ouro delicados, antigos, que não tirava nunca. E eu amava.
"Não, menina. Vou deixar pra Gilvana."
"Mas, vó! Eu pedi primeiro, a Gil nem gosta deles!"
"Já falei, Lucinha: são da Gilvana. Você vai ficar com as jóias da sua mãe."

"Vó, eu adoro este peixe. Quando a senhora morrer, deixa eles pra mim?"
Além da máquina e dos brincos, o pingente de peixes feito em escamas era o que mais representava minha avó. E eu o amava.
"Não, não deixo."
"É, já sei. São da Gilvaninha."
Pausa. Ela acariciou o peixe que trazia no pescoço com os dedos curvos e me olhou com seus olhos pequenininhos, acho que pensando no que dizer. E soltou, sem chance pra questionamento:
"Não. São da Detina. Ela é minha filha mais velha, vai ficar pra ela."

Minha avó morreu e, da mesma forma que aconteceu quando meu avô se foi, eu estava longe. Não pude me despedir dela. Mas as lembranças todas ficaram. Ela me ensinando a bordar, sentada na área do quintal, aos seis anos, e perdendo a paciência com minha impaciência em ficar fazendo coisa de "menininha" enquanto o sol brilhava lá fora e eu ouvia os gritos da meninada brincando na rua, além do muro da casa de esquina onde nasci. Sim, nasci na casa de minha avó - mas sempre dizia que tinha nascido na casa do meu avô. Lembro dos trabalhos lindos em patchwork que ela fazia, colchas, tapetes. Ela me ensinando a cozinhar. O leite quente, o queijo derretido na chapa do fogão a lenha, o milho assado no calor das brasas. Lembro chá de funcho e biscoito de polvilho em tardes de chuva, o papagaio que ficava na porta cortada ao meio que dava acesso para a lateral da casa do vizinho, lembro o pão de queijo gostoso como o quê. Lembro, mais tarde, já em Goiânia, quando morei um ano com ela e meu avô, a comida pronta no fogão como eu gostava: mandioca cozida, quase desmanchando de tão macia, carne de panela ou carne moída, piqui quando era época, coxinha de galinha que eu adorava. Hoje sei que este carinho era seu jeito de dizer que me amava. Hoje sei que eu também não ajudei muito a nossa relação ser como vejo tantas outras entre neta e avó... eu era cheia de vontades, de razão, de verdades. E era a predileta do meu avô - hoje sei que isto ajudava a afastar um pouco minha avó. Não por ciúmes de mim, eu sei, mas por achar que ele já me estragava o suficiente, e ela tinha que arrumar o estrago que ele fazia.
Hoje sei também que o fato de ser filha do filho, e não de uma das três filhas, pesava. Minha avó teve seis filhos, três homens e três mulheres. Dos vinte e três netos, apenas quatro mulheres, sendo que a mais nova nasceu já quando ela estava bem mais velha. E destas, apenas uma é filha de uma filha.  Acho que ela via como sucessão natural, o que era dela passar para a filha de sua filha, não para a filha de uma outra mulher. Acho até que entendo minha avó.
De vez em quando penso que, de tudo o que pedi a ela como "lembrança", o que gostaria mesmo de ter herdado é a máquina de costura. Que hoje, ninguém sabe onde está, não está com uma das tias, não está com a Gilvana. Mas sei também que não preciso dela para as boas recordações de minha avó e seu amor por mim, que assim como o meu por ela, era real - embora cheio de cuidados.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Receita para um dia de saudade

ela não quer ficar só
ela quer espaço
ela quer namorar
ela não quer casar
ela não sabe o que quer
sequer
se quer querer
algo

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Drummond que eu não conhecia

Que amo poesia, não é novidade.
Que sou apaixonada desde-sempre-pra-todo-o-sempre por Drummond, também não.
E descubro hoje, na net, um poema chamado "Casa Arrumada". O Pensador do UOL garante que é dele.
E é muitomuitomuito a minha cara.  =)  (a pessoa se acha, né? Fala sério...)
Com a palavra, ele, Drummond.



"Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar."

Fala sério, não é lindo???? E resume tudo o que eu sempre digo... a casa da gente tem que ter a cara da gente.





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Bandeira Dois

Mãe leonina, pouco possessiva.
Único filho homem, caçula, 19 anos. Segundo as irmãs, o dodói da mamãe. Nunca namorou - pelo menos, nunca apresentou uma namorada à família.
Aproveitando a família toda reunida, imagina que a mãe vai manter a compostura ao saber do namoro, sem bancar a madrasta da Branca de Neve e conta que está, sim, namorando.
A mãe não só sobrevive à notícia como reage muito mais civilizadamente do que o esperado. Animado com isto, o "baby" aproveita:
"- Então, mãe... empresta o carro pra buscar a namorada pro evento da irmã?"
"- Não, que você não tem carteira. Mas vou com você buscá-la..."
"- Era a isso que me referia, mãezinha!! Sete e quinze está bem?"
...
As 19:15 pontualmente saem da garagem para buscar a moça. O filho indicando o caminho, segundo o que informaram. Ele também não sabia o endereço exato. Param para perguntar a um transeunte:
"- Quem vocês procuram????", cara de mau.
"- Fulana, minha amiga", responde a mãe. E se disser que é a namorada do filho e ali, naquele bairro não gostarem de moços de fora que namoram as moças locais??? Imagina que vai colocar seu filhinho em risco!!!
"- Só seguir reto, na segunda esquina."
Em frente à casa, o filho, gentil, desce e abre a porta traseira para a namorada entrar. Incontinenti, entra junto.
"- Mãezinha, a senhora não se incomoda se eu for aqui também não, né?"
...
"-Ah, mãezinha, eu não quis que ela se sentisse sem graça..."
...
Filho, uma lição pra todo o sempre: ao apresentar a namorada para a mãe (no caso, a sogra) NUNCA, mas nunca mesmo, a transforme em motorista de táxi, sob o risco de ter a vida transformada em inferno para todo o sempre no caso de casamento com a candidata em questão... sorte que sua mãe é uma pessoa muito gentil, bem humorada, inteligente e com jogo de cintura (acima de tudo, modesta) e não guardou mágoas (depois dos hematomas que deixou em você).

sábado, 3 de setembro de 2011

"Deste lugar...

...que divido com minha filha
e com as formigas, olho o mar,
ouvindo Osvaldo Montenegro:
“eu amava como jamais poderia se soubesse como te encontrar”...
Assim, o meu amor.
Busco meu homem, perdido em algum lugar
nesse mundo sem esquinas.
Ruas e ruas caminhei, e continuo, incansável,
sem chegar à esquina, aquela,
onde vou topar com meu amado.
Se até Marcinha encontrei
numa esquina do pelourinho!
Estrangeira em meu corpo,
porque não vislumbro
o vulto do meu amado
a esgueirar-se das sombras
nessa esquina em que me encontro agora?
Ou na próxima?
Que não tarde, apenas.
A angustia toma conta de mim
E não quero ser a mulher triste,
melancólica , cansada,
quando esse encontro acontecer.
Quero ser luz,
Alegria, acalanto.
Colo onde meu amor
possa se fartar,
e se recostar,
e permanecer."



Ataque de inspiracao. Cansei.
*Postado originalmente em 26/06/2004 em http://www.tialux.flogbrasil.terra.com.br/

A história das coisas...

A primeira vez que ouvi falar sobre este vídeo, foi através do meu amigo Pujol. Ele colocou no FB a versão original, em inglês. Sim, eu confesso. Meu inglês é sofrível, mal dá para me comunicar em situação de emergência. Então, não dei a ele o verdadeiro valor.
Aí, fui na consulta com meu médico de família, que eu AMO, o dr. Sérgio. Prá quem não sabe o que é um "médico de família", a CASSI explica. Ele é daqueles profissionais da saúde que abundavam na época do meu avô e que são raros hoje em dia: os que se importam. Os que olham para o paciente e enxergam ali um ser humano. Ele é daqueles médicos que conversam com você, escutam o que você diz (e o que você não diz) e analisam você como pessoa, como um todo, não apenas "mais um". E faz parte daqueles que acreditam que a alma tem que ser cuidada também.
E contei pra ele do meu compromisso. E do blog. E ele me falou sobre este vídeo, e sobre outro, muito interessante (espanhol) que fala de obsolescência (este vídeo aqui também aborda), aí fui procurá-los, e hoje partilho o primeiro com vocês.
Talvez vocês já o tenham visto. Se não viram, vale a pena!!! Sério. São pouco mais de vinte minutos (tá, eu sei, eu sei, VINTE MINUTOS???, mas é muito bom, mesmo) que nos fazem pensar bastante.
Um bom sábado para todos!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sustentabilidade

Na verdade eu nem ia postar hoje.
Mas perdi o sono por razões que não cabem aqui, e resolvi dar o ar da minha graça.
Pessoas, fui hoje ao Mueller assistir "Planeta dos Macacos" - adorei. Sem contar que na segunda feira a entrada é apenas sete dinheiros, e a meia três dinheiros e meio; o horário das 18:30 é super tranquilo, foi ótimo! E ainda tive a companhia deliciosa da Grazi.
E o shopping está com uma mostra de design, acessibilidade e sustentabilidade... na verdade, quando vi a propaganda, pensei que seria melhor, sei lá, tivesse mais coisas... mesmo assim, trouxe algumas fotos de coisas que gostei e vou dividir com vocês:

Pufe feito de cédulas recicladas...
vê ali o valorzinho que foi gasto com ele???


Mesa feita com tambor de máquina de lavar... não ficou lindo?
 M
Aqui ao lado um sofá lindoooooooo de palletes,
com estofado de lona de caminhão,
e ao fundo uma estante lindalindalinda de caixas de mercado...
e viu o relógio de disco de vinil, que fofo???

Cúpula feita de papel artesanal... show de bola!!!

Luminárias de pvc...
O encosto do sofá é feito de batedores de roupa em madeira...
não ficou lindo pintado assim de vermelho???
A base deste aparador foi feita de caixotes de madeira pintados
de preto, amarrados por um cinto de couro...
não ficou lindo?

sábado, 27 de agosto de 2011

Mudando na última hora!!!

Estava com o texto de hoje pronto, mandei via email do trabalho, escrevi ontem no meu horário de almoço, falando sobre médicos de família, obsolescência e tals, aí, antes de postar resolvi visitar alguns blogs que sigo, e putz! Se até conversando eu me perco em caminhos e desvios do meu pensamento e imaginação, imagina viajando pela net o que acontece??? Poizé. Resolvi guardar o post já pronto pra um outro momento e deixar aqui meus pensamentos de agora:
1. Vi, aqui do ladinho, o favicon personalizado do FiqueRicoDiariamente e do UmAnoSemCompras. Foi o que bastou, também quero um! E na busca por imagens pra construir o meu, encontrei dois sites muito interessantes de Portugal, o MeuMundoBlog e o  StyleeStuff, que se engajaram no projeto "um mês sem compras", inspirado na Jojo. Achei muito legal porque ela também foi minha inspiração inicial, como conto aqui. E resolvi compartilhar com vocês, muitas das quais se encontram no mesmo desafio que eu. O mais interessante, vocês verão, é um comentário num dos blogs sobre "não comprar ser mau para o país", onde a pessoa que comenta concita as outras a aderirem ao movimento 560, ou seja, comprar apenas produtos portugueses. Não vou divagar mais aqui sobre isto, até para não me tornar cansativa, mas achei interessante citar e despertar para conhecimento/análise/crítica.
2. Na história de viajar por outros blogs, descobri a Cris, e já linquei aí do lado. Eu, particularmente, acho muito legal quando encontro outras pessoas em desafios pessoais, principalmente quando são semelhantes ao meu - parece até que encontrei um velho amigo que não via há muito tempo! Tá, eu sei, isto faz parte desta minha personalidade meio esquizofrenicamentedeslumbrada, mas taí, eu sou assim, não vou mudar e aos 47 já passa da hora de me aceitar (e me amar!) assim, e viver a "dor e a delícia de ser o que sou", eterna aprendiz, em constante fascínio com a idiossincrasia e o encanto das pessoas, a diversidade e a magia da vida, e todas as possibilidades que o universo oferece.
3. E o meu favicon, feito no impulso e as pressas (um dia aprendo a arte e o dom da paciência, disto não desisti), ficou assim (mas ainda pode mudar - provavelmente vai mudar!):

E agora, pessoas lindas, eu vou fazer algo que não encontrei ainda alguém que faça por mim: faxina!
Porque mais tarde tem Imagem & Ação, pizza e cerveja com uma turma do bem que conheço há pouco tempo mas já mora no meu coração!!!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Caminho das Indias

Esta foi a novela exibida no horário das 21:00h pela Globo, de janeiro a setembro de 2009, e que relatava as agruras e alegrias da heroína Maya - que é também o nome de minha filha mais nova.

Paula, a filha mais velha, morava comigo na Bahia. Uma noite chego em casa cansada e acabada, quase nove da noite. Na cozinha, ela está envolvida com o preparo de uma comidinha gostosa (ela é muito boa nisto!), vou até lá dar um beijo e estranho a expressão de seu rosto.

"- Filhota, tudo bem?"

Silêncio, cheio de infinitas interpretações possíveis pela expressão que ela faz.

"- Filha, fala logo."

Ela me olha um olhar indecifrável, algo entre pena e choro contido, os olhos brilhando pelas lágrimas represadas, e ainda não diz nada.

"- É melhor eu me sentar?"

"- Senta, mãe. É melhor."

Meu coração disparou, parou, disparou novamente, senti o sangue congelar, o tempo parar, perdi a sensação das pernas... revivi, instantaneamente, a dor da perda recente de meu pai, a cabeça rodando a mil e pedindo a Deus que não fosse nada que eu não pudesse suportar, listando em um átimo cada membro amado da família, todos longe, cada um num lugar diferente, o que teria acontecido? Com quem? A voz veio num fio, meio sussurrada, meio "miada":

"- Não queria ser eu a te falar..."

Fiquei olhando em silêncio, o coração aos pulos, o sangue gelado.

"- Ah, mãe, mas não é justo, não é justo!"

Continuei estática, esperando a notícia que, a esta hora eu já sabia, não poderia ser boa.

"- Ah, mãezinha, não acho justo... todo mundo sabe, todo mundo tá falando, só a senhora ainda não sabe... não acho justo fazer isto com a senhora..."

Calada eu estava, calada continuei, esperando a bomba.

"- Mãe, a Maya tá grávida."

Como assim, grávida? Grávida? Mas a Maya não tem namorado, tá fazendo faculdade, como grávida? A Maya, grávida? Como assim, grávida? Estas palavras ficaram rodando na mente, no coração, na alma. Não me lembro agora se falei algo, se fiquei calada, se chorei. Acho que ainda estava tentando me encontrar depois do baque pra identificar o que estava sentindo, quando ouço:

"- E isto não é o pior, mãe."

Como assim, não é o pior? A Maya, sozinha em Curitiba, sem namorado, a Maya, tão menininha, no primeiro ano da faculdade, a Maya, grávida. E não é o pior?

"- Sabe, mãe, o pior... o pior é que ele fugiu."

Putz. Minha nenem, grávida, sozinha longe de mim, e ele fugiu. Que sacana é este? Ah, os homens, maldigo-os todos, o mundo gira, o tempo avança, mas algumas coisas não mudam... nem tenho tempo de verbalizar minha ira, minha revolta, Paulinha, na minha frente já não consegue se segurar:

"- Mãezinha, o Bahuan fugiu pros Estados Unidos!"

...

Esta é minha filha: além de muito boa na cozinha, excelente escritora e jornalista, é atriz impecável. E de criatividade ímpar! Só eu sei o que a Globo está perdendo.

Reparem no olhar de "arrá, eu vou aprontar!" da Paula.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

dia 106 - Descobrindo sentimentos em posts alheios

Não tenho escrito muito, bem sei. E óbvio, você que vem aqui me dar força, também sabe.
Tenho creditado isto à fase que atravesso: um período meio complicado de readequações (outro dia falo sobre isto), visitas e viagens... o que acaba resultando numa falta de tempo muito grande. Tanto que tinha preparado um big texto muito interessante (ao meu ver) sobre os cem dias - este número dá muito assunto... mas preparei na minha cabeça e em poucas linhas rabiscadas entre correrias no trabalho. Aí, pra não passar em branco, coloquei apenas a figura - e voltaria pra postar o texto depois. Só que depois já tinha comentários, e não achei legal mudar nada...
Na correria tenho me esforçado por acompanhar alguns blogs que gosto, de pessoas que, como eu, se dispuseram (independente dos motivos) a ficar um período sem compras, embora nem sempre comente. E hoje a Marina falou algo que caiu como um raio na minha cabeça: permanecer sem comprar vira regra, não exceção. E a gente acaba se acostumando, e não vê o que falar, por ser cotidiano, por ter se tornado "comum". E percebi que muito de não estar escrevendo é porque este espaço é um diário, na verdade. Pra registrar dificuldades, sentimentos, ocorrências advindas de "estar sem comprar coisas supérfluas" por um ano. E não tenho sentido tantas dificuldades como pensei - embora também não seja algo extremamente fácil. É apenas algo que decidi e não está sendo difícil praticar...

1. Percebi que, com o frio e talvez por não estar comprando outras coisas, meu consumo de chocolate aumentou consideravelmente - a balança confirmou esta percepção. Então, decidi controlar o chocolate. Controlar, vejam bem, não eliminar. Sou, sim, chocolover. =D

2. Foi meu aniversário - e ganhei presentes que me deixaram bem feliz, coisinhas de menininhas (e foram menininhos que escolheram, eles são muito fofos!). Mas a sapatilha exige troca, é um número menor do que o meu pé... ganhei também acessórios, eu que sou louca por eles... lenços, pulseiras... fiquei bem feliz, viu? São coisinhas que vem revitalizar meu acervo pessoal, trazer novas possibilidades...  =D

3. Ainda não me decidi sobre comprar ou não presentes. Foi o aniversário de minha sobrinha-neta e não comprei nada (ela nem percebeu, fez um aninho e não entende nada... mas não gostei de não dar presente pra ela, tenho que ser honesta). Foi aniversário do meu bem, e não comprei nada (ele não se incomodou, entende meu propósito, mas também não me senti bem em não dar nada a ele)...

4. Estou pensando seriamente em fazer UMA compra. Lembra que lá no início eu disse que compraria as caixas de som pro AWK??? Pois é, ainda não comprei, e pelo andar da carruagem, só em outubro, com a PLR... mas o que estou pensando em comprar, na verdade, é algo que me ajudará muito nos dias que faltam até o fim do meu ano sabático e depois, não as caixas de som... estou pensando seriamente em adquirir uma máquina de costura - AMO customizar, costurar. Tenho cortinas para consertar, roupas que posso reformar, duas caixas de tecidos e uma de retalhos (sempre fui envolvida com costura, arte...) e uma máquina, ah... embora não seja ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO, não se enquadra com certeza na categoria de supérfluos... concordam???

E agora vou dormir, que já é tarde e amanhã é dia de branco... boa noite a todos!

=D

E muito obrigada pelo apoio!!!


terça-feira, 16 de agosto de 2011

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Crenças *

Na natureza, as cores são diferentes - mas combinam entre si e completam-se.
As notas musicais são distintas, embora combinem entre si e completem-se.
Assim as pessoas.
Algumas acreditam em “ter”, outras em “ser”.
Algumas em ídolos, outras em fadas e duendes.
Algumas na fragilidade do ser humano, outras na força de sua alma.
Algumas acreditam que o amor é construído dia a dia,
sólido como uma muralha.
Outras, que ele acontece sem aviso prévio,
real e intangível como o mais lindo arco íris após a chuva.
Uns acreditam que a vida tem que ser planejada,
outros que ela tem que ser vivida dia a dia.
E nessas diferenças é que as pessoas se encontram,
combinam entre si e completam-se.
Já pensou que tédio se todos fossem budistas, petistas, corintianos?
Qual seria a graça da vida?
Eu, por minha vez, acredito em viver. No bom humor. Em sonhar.
Acredito em amor à primeira vista,
e também que o tempo é o melhor remédio...
acredito em anjos, e em amizade verdadeira.
E acredito que meu signo combina com o seu.


 

*Resgatando textos antigos

94 dias e muitos sentimentos

1. Já se foram três meses. Passaram sem sentir? Necas de pitibiribas. Doeram demais? Também não.

2. Vi hoje em algum lugar uma propaganda das "Alpargatas Paez". Lembra minha adolescência, é confortável, despojado. #amo. Senti vontade de ter uma: vai pra minha lista de desejos.

3. Lista de desejos??? Como assim, lista de desejos??? Pois é, pessoas. Criei ali em cima uma página pra anotar as coisas que sentir vontade de comprar neste ano de aprendizado... vou anotando, e periodicamente, revendo. Os desejos, os conceitos, as necessidades. Se, ao fim do ano que me propus, algum ítem deste permanecer incólume, vou pensar em comprar. Não, não é uma lista para sair consumindo desenfreadamente após 08 de maio de 2012 - até porque se assim fosse, o que me proponho seria inútil, concordam???

4. Ando sem inspiração nenhuma, e putz, joguei meu comprometimento no lixo. Desculpem. Não me acertei com a nova analista, ando assoberbada de trabalho, as bolinhas acabaram e meu médico está de férias, o substituto deu a receita errada, estou no inferno astral pré aniversário (ufff, ainda bem que passa logo!)... e isto se reflete na minha produção aqui. Todos os meus compromissos com escrever estão em stand by - menos a coluna do jornal, que antes era quinzenal e agora se tornou semanal. Mas estou me organizando (e isto significa rever, repensar, resignificar, reinventar, reencontrar) e acredito que, muito em breve, consigo minha rotina de novo.

5. Tenho acompanhado pouco pessoas que gosto e que também estão no mesmo propósito, pelo mesmo motivo acima. Mas ainda assim, acompanho! E aprendo com vocês, Ashen, Ziula, Marina, NadjaIeda. Me inspiro em vocês, também.

6. Tenho que rever algumas coisas. A primeira é PRESENTES. Não vai dar pra simplesmente não comprar, percebo agora. Mas preciso estabelecer valores, e princípios - dentro do que me proponho, a sustentabilidade é fundamental. Estou elaborando isto, e breve compartilharei com vocês.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

88 dias sem compras supérfluas

No fim da primeira semana sem compras, fiz um balanço de como tinha sido (você pode ver aqui) e pensei que, ao fim de cada semana (preferencialmente no domingo, quando tenho mais tempo livre), faria o "balanço semanal" escrevendo sobre:
1. Como me senti no decorrer da semana
2. Sentimentos novos advindos da "abstinência" de compras
3. Sentimentos antigos que viessem à tona naquele lapso
4. Dificuldades encontradas no cumprimento de meu propósito
5. Constatações e descobertas relacionadas ao tema
6. Desejos despertados
7. Qualquer outra coisa que me desse na telha, relacionado a viver "UM ANO SEM COMPRAS" supérfluas

Pois é, pessoas, eu sei. Pensar é uma coisa, realizar é outra. Não cumpri este compromisso comigo mesma - e com vocês. Mas hoje, quase noventa dias depois do meu impulso inicial, a dez dias do meu aniversário, estou realizando o "balanço trimestral". E o saldo, acreditem, é muito positivo.

Se eu disser que tem sido a coisa mais fácil do mundo, estou mentindo.
Se eu disser que tem sido a coisa mais difícil do mundo, estou mentindo.
Não tem sido fácil ao extremo, nem tem sido difícil ao extremo. É engraçado como é algo que simplesmente incorporou-se ao meu cotidiano, e que agora apenas "faz parte".

Outro dia, quando conversávamos eu e Maya, ela perguntou "Mãe, porque é mesmo que você começou isto?". E foi, sim, para colocar sob controle minha compulsão de consumo. Não, não era uma coisa doentia (eu acho). Mas como já falei aqui, comprar é uma terapia, sim. E eu era cliente de carteirinha desta terapia. O bom, o gostoso disto tudo, é que em seguida comecei a agregar vantagens nesta história e enxergar coisas que as vezes fazia inconscientemente, e que fazem diferença no mundo - e na minha vida. Estou (bem aos pouquinhos) reorganizando minha casa, minha vida, minha rotina. Estou limpando meus espaços, reaprendendo e aplicando atitudes de reaproveitamento, reciclagem, reutilização, consumo consciente. Descobri em meu guarda roupa novas combinações de cores, texturas, estilos. Descobri novas funções para velhas coisas, voltei a exercitar minha criatividade...

E estes quase três meses passaram-se assim, serenos.


sábado, 30 de julho de 2011

NEGA MALUCA

A resenha:




Ingredientes:
4 xícaras de farinha de trigo
3 xícaras de açucar
2 xícaras de chocolate em pó (próprio para culinária)
1 copo mal cheio de óleo
2 copos de leite fervente (pode-se usar água fervente também(
3 ovos
1 cs de fermento em pó
1 pitada de sal

Modo de fazer:
Coloque os ingredientes secos numa vasilha, exceto o fermento. Adicione os ovos inteiros e o óleo, e misture bem. Acrescente o leite fervente e mexa com cuidado. Agora coloque o fermento e o sal, misture bem. Tabuleiro untado, forno.

Cobertura:
Coloque numa panela uma xícara de açucar, uma xícara de chocolate em pó, uma cs de margarina e uma cs de leite. Leve ao fogo misturando sempre, até derreter e adquirir brilho. Despeje, ainda quente, sobre o bolo assim que tirar do forno.

Apresentação:
Corte em quadrados, coloque num prato e sirva frio.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

BOLO DE MAÇÃS COM AVEIA

A resenha:
Na sexta feira à tarde ligo para Marcinha Garbi confirmando o encontro em "petit" comitê da turma da faculdade, e digo que vou levar um bolo para somar ao lanche. Um bolo de maçãs com aveia e canela. Marcinha, com seu jeito doce e delicado, diz: "Lu, você não vai acreditar. Estou com as coisas sobre a pia, batendo um bolo de maçãs com aveia e canela."
Gosto muito deste bolo. Encontrei-a num livro de receitas naturais que ganhei da Cristina, na Ilha de Itaparica - e confesso que foi a única receita dele que já testei.
Mas tenho que ser honesta, a apresentação do bolo dela era muuuuito melhor do que eu jamais pensei, e deu água na boca só de olhar.

#ficadica: a gente come primeiro com os olhos, então é importante caprichar na apresentação!!!

Ingredientes:
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de aveia
1 xícara de açucar
1 cs de canela em pó
1 cs de fermento em pó
2 maçãs cortadas em cubos
3 gemas
3 claras batidas em neve
4 cs de margarina

Modo de preparo:
Misture o açucar, a margarina e as gemas até ficar um creme claro.
Adicione a farinha de trigo, a aveia e as maçãs. Misture bem.
Acrescente o fermento, a canela e misture até que esteja bem dissolvido.
Acrescente as claras em neve e misture delicadamente.
Despeje a massa em uma forma untada com margarina e polvilhada com farinha de trigo.
Leve para assar até que esteja dourado.

Apresentação: (contribuição compulsória de Márcia Garbi)
Desenforme o bolo e coloque num prato bonito. Polvilhe açucar e canela por cima, enfeite com folhinhas de hortelã e cerejas.
Bon apetit!

Compartilhando

Estou lendo o livro "Organize-se num minuto", emprestado pela Marina.
Quero compartilhar a página 208 com vocês.


Há também um texto extremamente interessante no Mulher 7x7 que fala sobre nossa "escravidão" dos supérfluos. Eu, se fosse você, ia lá ler - vale muito a pena.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Recuerdos de Porto



Vini e seu mangá





Lambe-lambe no brique, não é fofo???


Recantos do Parque da Redenção




Não é o máximo???

Uma torre de água quente

para abastecer os chimas em trânsito...


Artistas fazendo propaganda do show...


Água pro chimarrão


Campanha fortíssima da Pepsi

junto aos gaudérios de PoA


Minhamiga linda de viver...




Brique da Redenção,

onde se juntam todas as tribos...

e a gente passa um domingo delicioso.


Quintana, paixão eterna.


Elis, saudosa, outra paixão.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

"Todos os meus dias são dos meus amigos!" *

Oswaldo Montenegro, em "A Lista", nos convida a fazer um balanço de nossos amigos: "de todos os que mais víamos há dez anos quantos ainda vemos todos os dias? Quantos não encontramos mais? E termina perguntando: "Quantas pessoas que você amava hoje acredita que amam você?"

Apesar de constar entre meus preferidos desde sempre, não gosto desta pergunta. Prefiro assim: "Quantas pessoas você amava e ainda permanecem em seu coração?"

E aí começa a minha lista, que não vou colocar aqui pra não correr o risco de esquecer alguém, já que posto rapidamente e sem rascunho... mas definitivamente constato que, de todas as pessoas que eu amava há dez anos, todas ainda moram em meu coração - mesmo aquelas que o tempo e a distância impedem que eu encontre amiúde.

Neste tempo outras pessoas foram chegando, algumas apenas transeuntes na minha vida, mas algumas definitivamente pra ficar. E o que percebi é que o tempo se torna escasso, e não posso mais me dedicar como gostaria a cada um. Não posso, por exemplo, cantar a plenos pulmões nos karaokês com Vera, que hoje mora em Rio Branco. Não posso ter conversar infindáveis com Cloé ou Luciane, nem sentar nos bares da vida com Gisele ou ficar em volta do chimarrão com Solange e Cláudia. Não posso mais sonhar acordada com Lylia. Tanta coisa não posso mais com tantos amigos!!! Tanto tempo me falta... mas tanto amor me transborda! Ainda bem que em tempos de internet consigo saber de cada um, e lembrá-los, de vez em quando, que vivem no meu coração.







*Emprestado do status da Verônica Macedo no FB.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Vinte de Julho

Dia do amigo - apenas uma data no calendário???

....

A Lista - Oswaldo Montenegro





Faça uma lista de grandes amigos

Quem você mais via há dez anos atrás

Quantos você ainda vê todo dia

Quantos você já não encontra mais...



Faça uma lista dos sonhos que tinha

Quantos você desistiu de sonhar!

Quantos amores jurados pra sempre

Quantos você conseguiu preservar...



Onde você ainda se reconhece

Na foto passada ou no espelho de agora?

Hoje é do jeito que achou que seria

Quantos amigos você jogou fora?



Quantos mistérios que você sondava

Quantos você conseguiu entender?

Quantos segredos que você guardava

Hoje são bobos ninguém quer saber?



Quantas mentiras você condenava?

Quantas você teve que cometer?

Quantos defeitos sanados com o tempo

Eram o melhor que havia em você?



Quantas canções que você não cantava

Hoje assobia pra sobreviver?

Quantas pessoas que você amava

Hoje acredita que amam você?

.....



Fiz minha lista e quer saber? O resultado foi positivo.

De todos que eu amava, ainda amo a maioria. E sei que muitos me amam também.

=)

Feliz dia do amigo!

72 DIAS - E uma justificativa

Do outro lado do telefone vem a pergunta:
"- Eae, desistiu, foi?"
"- Não entendi. Desisti do que???"
"- Ah, Lu, fala sério! Nem quatro meses e já desistiu??"
Caiu a ficha.
"- Não, minhamiga, não desisti. Apenas não tenho postado..."
"- O blog não era um diário?"
Foi assim que descobri que existem amigos que acompanham meu desafio sem nunca comentar. E assim também me toquei que, ao decidir fazer um diário público do meu desafio, assumi um compromisso com quem dedica um pouco do seu tempo vindo aqui acompanhá-lo, independente de seguir ou não, de comentar ou não. Claro que comentários são sempre bem vindos, bom perceber que nossas palavras não são poeira ao vento - mas independente disto, preciso lembrar do compromisso que eu assumi. Então preciso contar pra quem vem aqui ocasionalmente que não, não desisti. Apenas ando no tal do "inferno astral", angustiada, sem saber ao certo porque. E não tenho conseguido escrever. Junto com isto, estou em processo de troca de terapêuta, minhas "bolinhas" acabaram, a semana no trabalho foi "punk". Ando com saudades acumuladas de tanta coisa!
.
"Boa noite, meu nome é Lucemary, e estou há 72 dias sem compras supérfluas."

sábado, 16 de julho de 2011

Poeminha Amoroso

"Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...""

Cora Coralina




quarta-feira, 13 de julho de 2011

Constatações

Talvez seja uma boa idéia encontrar algo para distrair do desejo incontrolável de comprar. Quando digo “desejo incontrolável”, não me refiro a algo parecido com a abstinência do dependente químico. É algo muito mais sutil, e ainda assim, muito mais forte – porque acontece sem percepção. A gente não sai de casa com aquela zica de “eu quero comprar, eu preciso comprar”. A gente sai, vê um sapato bonito (muitas vezes parecido com um que tem em casa), resolve experimentar e pronto. Nos vemos a caminho de casa com uma sacola a mais na mão. Chegando em casa colocamos o sapato, andamos pra lá e pra cá testando seu conforto e o guardamos, por vezes até mais de um mês sem estreiá-lo – o que é um claro sinal de que não precisávamos dele naquele momento. Usei o sapato como exemplo, mas isto acontece com acessórios, cachecóis, e eticétera e tal. É inconsciente, na verdade, por isto mesmo insidioso e nocivo.
A segunda coisa a fazer é tomar consciência de que agimos assim. Que fazemos aquisições impulsivas, sem percepção crítica.



E finalmente buscarmos algo que sirva como “escape”. Algo que nos dê prazer, e assim substitua aquele prazerzinho meio mórbido de comprar, comprar, comprar. Que tal começar a academia que temos protelado por tanto tempo? Ou começar a correr (podemos até nos tornar maratonistas!)? Ou começar a nadar? Ou aula de teatro, judô, caratê, boxe? Pintura, música, artesanato, reciclagem? Ou uma atividade voluntária? Que tal contar histórias para crianças órfãs, ou um dia de dedicação a um asilo no município? Eu, do meu lado, tenho conseguido canalizar para a escrita e a organização: tenho buscado manter o compromisso de escrever ao menos três vezes por semana, e o maior compromisso é o de organizar minha casa – e nossa! Não dá pra contar o prazer que traz cada cantinho que consigo finalmente organizar!!! Para isto, aliás, tenho visitado alguns blogs interessantes – e estou lendo o primeiro de dois livros muito bons emprestados pela Marina: “Organize-se num minuto” e “Jogue cinquenta coisas fora”. Que fique claro que não sou devoradora de livros de auto ajuda, ok? Mas estes trazem dicas realmente preciosas para alguém que, como eu, não consegue se organizar. Aliás, qualquer dia falarei sobre isto aqui.
Então, pessoas lindas do meu core, estas constatações de que o tempo utilizado em bater pernas “pelos shoppings da vida em busca de algo” (lembrei do Milton!) pode ser muito melhor utilizado para coisas que nos dão prazer mais duradouro e muito maior sensação de realização foram renovadoras.



*Escrevi este texto há pouco mais de uma semana, quando estive na Renner e na C&A para pagar parcelas vincendas. Não preciso nem dizer da tentaação que foi, né?

terça-feira, 12 de julho de 2011

Aniversários e infernos astrais



O que é, afinal, o aniversário???

Além do dia do nosso nascimento, é também o marco inicial de um novo ciclo solar na nossa vida.

Como assim?? É isso aí, o sol passa pelo mesmo ponto do zodíaco onde estava no dia do nosso nascimento. Coisa boa um novo ciclo, deixar pra trás erros, malfeitos, a chance de recomeçar. Mas fala sério, não seria muito melhor se os dias que antecedem esta "renovação" não coincidissem com os últimos do ciclo anterior e se justamente neste período os astros todos não se juntassem para instalar o caos na nossa vida????

Acho que aniversário não devia ter inferno astral, viu?

Tudo bem que, segundo especialistas, este é o período de trinta dias em que "se esgotam as possibilidades de expressão existentes e manifestam-se os resíduos responsáveis por sua dissolução." Ou seja: caracteriza-se pela desordem e pela inversão dos valores admitidos no seu início. Por isto a sensação de angústia, de tristeza, de desordem e insegurança - somados à incerteza do futuro. Então é necessário passar por este período pra recomeçar, tudo bem.

Mas fala sério, o meu inferno astral tinha que ser de quarenta dias???



sábado, 9 de julho de 2011

DIA 62 - GASTE MENOS E SEJA FELIZ - PARTE II

Como gastar menos e ser feliz se o meu cérebro entende que comprar é algo prazeroso, consequentemente algo que me faz feliz? Se não comprar (raciocínio lógico) fico infeliz! Mais ou menos, pessoas, mais ou menos.
A questão não é deixar de comprar radicalmente, e pronto. É encarar o consumo dentro do contexto real de necessidade – não dá pra viver sem comprar nada, a não ser um ou outro idealista excêntrico (maluco?) que se proponha a isto. Precisamos comprar desde as coisas mais básicas para nossa sobrevivência: papel higiênico (quem teve o privilégio de passar parte da infância em fazenda sabe que dor de barriga no lugar errado pode ser complicado, não sabe??); escova de dentes, sabão, arroz, feijão e por aí afora até os não tão básicos assim, mas que fazem a felicidade do nosso corpinho: biscoitos, chocolate, creme hidratante, perfumes, sapatos, um tapete fofo... isto sem falar naqueles que por vezes não são necessários pro corpo mas fazem bem pra alma. Gente, fala sério, dá pra viver com a alma faminta? Não, claro que não. Cinema, livros, música, um belo quadro. O necessário é identificar nossos desejos e classificá-los corretamente por níveis de necessidade, buscando atendê-los na medida do possível, sem com isto nos escravizarmos ao consumo, tornando-nos compulsivos. Não preconizo a frugalidade total e absoluta, que fique bem claro – até porque eu seria uma das últimas pessoas a conseguir isto (adoro coisinhas cuti!), mas a necessidade de repensar o que consumimos, o que compramos, o que tornamos obsoleto sem necessidade.
O que acontece é que, com a globalização e a facilidade da comunicação, passamos a ter acesso à informações que antes desconhecíamos, e nossa curiosidade e vontade são instigadas a todo momento, despertando desejos e necessidades que antes não existiam. Quer ver um exemplo fácil?
Sou muito fresca para comidas, não como rins, fígado ou qualquer outra coisa que lembre vísceras animais – mas amo cozinhar, e experimentar novos sabores – ainda que não se tornem habituais no meu cotidiano. Nuncantesjamais tinha ouvido falar em “Flor de Sal”. Um dia vi uma reportagem falando sobre: “...diz a lenda que a flor de sal começou a ser extraída pelos celtas no início da Era Cristã. Em tempos modernos, os franceses são os responsáveis pela disseminação --em restaurantes de alta gastronomia, vale ressaltar-- desses delicados cristais de textura crocante e sabor que lembra violeta...”. As palavras “celtas, franceses, delicados, cristais, textura, crocante, sabor” todas 'juntas reunidas' num parágrafo só definindo 'Flor de Sal' funcionaram como neon amarelo limão numa noite sem lua e estrelas, me atraindo irremediavelmente e despertando a premente necessidade de saber mais, e conhecer, e experimentar a tal flor, que na verdade é apenas um tempero. Algo de que eu nunca ouvira falar se tornou assim algo de urgente necessidade, percebem? Sei que muitas pessoas leram o mesmo artigo e nem tchuns. Estas pessoas, por sua vez, poderiam sentir-se da mesma forma sobre um novo tênis de corrida, um novo creme hidratante, um novo aparelho eletrônico – ou bols, como conta a Nina Horta neste post do seu blogue na Folha. Ou outra coisa qualquer que mexa com seu imaginário e sua história.
O que eu quero dizer é que nosso modo de vida, nossa história, o meio onde convivemos, a mídia, nossos amigos, as redes sociais, tudo age sobre nós, influencia o nosso conceito de necessário e indispensável e impulsiona nosso comportamento consumista. Tudo grita “compre, compre, compre!!! Consuma, consuma, consuma!!!”. Cabe a nós não nos submetermos a este apelo global. Como? Alguns passos que podem ajudar – vou elencá-los aqui num próximo post, mas podemos começar anotando, diariamente, TUDO o que compramos. Seja no cartão, no cheque, no vale alimentação, em espécie. É importante que, ao final de uma semana, possamos saber exatamente tudo o que adquirimos no decorrer daquele período. E ao final de um mês juntamos as listas das quatro semanas anteriores, o que vai nos dar a dimensão do que consumimos no mês. E pode acreditar, analisando com carinho a lista final, perceberemos que compramos desnecessariamente grande número de coisas – a partir daí, SE tivermos o desejo real de mudar, passamos para o próximo passo. Mas isto, meus amigos, é uma outra história porque este post aqui já se estendeu muito além do que eu queria!
Bons tempos a todos!

Estou resgatando partes de um graaaaande texto reflexivo que fiz no dia em que li o texto da Marcia Tolotti, e postando em partes. Esta é uma delas. Acredito, sim, que podemos ser felizes gastando menos - e conscientemente.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

DIA 60 - A tentação do telemarketing!!!


"Alô, dona Lucemary???"
Esta foi a pergunta ao telefone, cerca de vinte minutos atrás.
Era a Luana, da Editora Globo, me informando que eu fui contemplada com valores reduzidos na minha campanha que já está liberada.
"Como assim, já está liberada? Não, eu não vou renovar a minha assinatura."
"Não, dona Lucemary, a sua campanha já foi liberada, eu só estou avisando que a senhora foi contemplada com valores reduzidos, a senhora vai investir apenas a quantia de R$54,90 e o restante a Editora Globo vai estar investindo para a senhora..."
PÁRA TUDO!!!!
Como pessoa bem chata que ando ultimamente, fiz questão de perguntar pra saber timtim por timtim:
1. Esta ligação está sendo gravada?
    - Sim, está.
2. Minha assinatura vai ser renovada agora?
    - Enrola, engasga, enrola... a sua campanha já foi liberada.
2. Luana, me desculpe, eu não entendi. Como assim, liberada?
    - Na verdade eu faço parte da equipe de promoções, e estou informando a senhora que foi contemplada com benefícios e redução de preços, como desconto e isenção de taxa de entrega. E só vai estar investindo R$54,90! (Como é que eu podia até pensar em recusar isto????)
3. Luana, não, eu não quero renovar minha assinatura.
    - A senhora não está entendendo, eu não sou da equipe de renovação...
...
Tá, meus caros, como eu não gravei a conversa, não sei ipsis literis tudo o que foi dito, mas em resumo:
* Minha assinatura (Marie Claire, Época, Casa e Jardim) acaba agora em junho (detalhe: fazem mais de três meses que só recebo a Marie Claire, e já reclamei).
* Pelo que entendi, foi renovada AUTOMATICAMENTE sem meu consentimento. Com débito no cartão de crédito (claro! com débito na conta corrente o assinante pode não ter saldo, cancelar...).
* Ela me ofereceu, no fim das contas: a renovação da Época, da Marie Claire, da Casa e Jardim mais uma revista mensal qualquer da editora Globo mais a revista Casa e Comida (que é bimestral), por um ano e três meses (até setembro/2012), por R$36,40 (apenas!!!).
* Ela esqueceu de citar que são DOZE contribuições de R$36,80, precisei garimpar isto a duras penas.
* Mas tudo bem. A pessoa dependente de revista, papel e cheiro de tinta aqui, quase sucumbiu. Sério, pessoas!!! Pensei, por mais de alguns segundos, em pegar o cartão e confirmar o número para autorizar. Aí pensei "putz, o que eu tô fazendo???? Vou jogar fora tudo o que estou aprendendo, melhorando, crescendo???"
Voltei ao telefone e disse que ela foi ótima (e foi mesmo!), mas que eu não aproveitaria a "oportunidade" oferecida. Ela, estupefata (!), não entendeu e perguntou o porquê. Expliquei, falei do meu ano sabático e disse que não sucumbiria à tentação. Pedi para cancelar a renovação - e descobri que ela não podia fazer. Pedi o telefone para cancelamento - e descobri que ela não tem acesso à este número. Cara, inacredítável! Mal deu tempo de dizer boa noite, e ela já tinha desligado, acredita????
Pois é. Tenho que ligar na editora Globo pra cancelar minha assinatura -ops, campanha renovada automaticamente.