terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um dia comum

"Um dia feliz às vezes é muito raro..." (Jota Quest)


Por vezes, ouvindo esta música, imaginamos que, prá um dia ser feliz é necessário algo diferente, inesperado, surpreendente - e nem sempre é assim. Dias comuns são os mais felizes - como hoje.
Dia de sol e preguiça.
Dia de me deixar ficar, sem pressa, sem tempo, sem compromisso, sem hora pra levantar, pra comer, sem hora marcada pra nada - dia como há muito não havia.
 Dia de partilhar a paixão pela criação, e melhor, a companhia de Cloé.
Um dia feliz.

sábado, 15 de novembro de 2008

Pensando no ônibus

"- Oi, amor da minha vida!"
" - Mãe? Como você sabia que era eu?"
" - Uai, eu não sabia. Mas vi o DDD 45, e daí só duas pessoas poderiam me ligar, e os dois são amores da minha vida..."
" - É, mas eu tô ligando do celular do pai... e se fosse ele?"

Pausa para pensar.
Penso que ele já foi o amor da minha vida um dia, mas não poderia dar esta resposta, até porque o amor da minha vida de hoje está ao meu lado e é ciumento pra caramba, ia rolar estresse e isto é a última coisa que eu quero numa noite de sexta feira... não lembro o que respondi.
Só me lembro de processar a informação: "mãe, hoje é a formatura do Matheus."
A ligação horrível, peço pra ela ligar mais tarde, quando ele pudesse falar comigo, as lágrimas rolando já, é formatura do meu filho e eu não estou com ele.
Mais uma vez.
Eu jurava que a formatura dele era hoje, sábado. Mas jurava em falso, né?
Não que isso amenizasse o fato de estar distante nesta data, mas pretendia ligar pra ele dando os parabéns (sim, orgulhosíssima de suas médias anuais, apesar de conversar muito...), lembrando o quanto o amo, justificando (mais uma vez) o fato de não poder estar presente na sua formatura de segundo grau... e não fiz nada disso.
Não falei com ele antes, não falei depois - não me ligaram.
E não tinha créditos pra ligar.
E não tinha o número da casa pra ligar com cartão (sim, ainda não refiz minha agenda depois que o ladrão levou o telefone dele), e chorei e chorei e chorei.
Mas não chorei tudo o que meu coração pedia.
Hoje acordei inchada, não sei de tanto chorar ou de represar todo o choro ainda por sair.
Acordei mal humorada, acordei irritada, acordei de um jeito que seria melhor nem acordar.
Ontem, voltando do shopping pra casa, olhava os prédios todos e suas luzes acesas dos apartamentos, e imaginava a vida em cada um deles, e os dramas pessoais de cada morador, e quantos estariam se sentindo como eu... e pensei este texto que queria escrever aqui, mas não rascunhei... não sei porque cargas d'agua não estava com minha cadernetinha, e se pelo menos não esboço o texto, depois ele não vem mais.
Não como imaginei, não como senti, não como desejei.
E agora, escrevo apenas pra dizer, Matheus, que apesar de não ter ligado, de ter sido uma mãe relapsa, amo você. Tanto, tanto, tanto.
Queria ser a mãe perfeita, a melhor, a presente em todas as horas, seu colo, porto seguro, sua amiga, confidente, cúmplice. E não sou. Desculpe por isso, meu filho.
Queria ter estado com você ontem, vê-lo receber a homenagem justa por vencer mais esta etapa em sua vida, chorar de emoção (alguma dúvida de que me desmancharia?), lhe encher de beijos, de abraços, de beijos, de abraços, de dengos, deixá-lo desconcertado como fica às vezes com minhas demonstrações públicas e efusivas de amor e carinho... queria ter partilhado este momento especial com você, meu filho.
Queria muito.
Desculpe, mais uma vez.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Então, férias...



Engraçado.
Meses antes das férias eu planejava o que fazer: vou pro sul, pra formatura de Matheus, ver os amigos que não vejo há uns cinco anos; na volta passo em Goiânia, ver mamãe e a galera; vou marcar todos os médicos e dentista que preciso; vou comprar material de scrap e fazer um moooooonte de montagens; vou pra ilha, ficar de papo pro ar, morgar, pra praia pegar uma cor, ficar dias inteiros na rede ouvindo o vento nos coqueiros, vou prum boteco com Cloeh ficar vendo a vida passar entre um copo de cerveja e um bolinho de bacalhau; vou conhecer Morro de Sao Paulo e Pancada Grande; vou... nada. Vou pegar a grana das férias e pagar contas, cobrir o cheque especial, liquidar a fatura do cartão, e pronto. Aproveitar e fazer faxina nos meus papéis, nas coisas de artesanato, preparar o natal... coisinhas que não precisam de grana. E, se conheço bem meu irmão, vou poder ir à Gyn, sim, mesmo sem grana. Acho que adoro quando ele bebe e sente saudade de mim!!!! :)
"- Que dia você vem pra cá?"
"- Ih, maninho, não vou não. Paguei cartão, cheque especial, tô sem grana."
"- Êêêê, você, viu?" "- Sério mesmo. Tô ferrada de grana..."
"- Viu? Você vem. Eu pago uma passagem..."
:)
Este é meu irmãozinho. E não é irmãozinho porque disse isso não - nem porque é pequenininho, quem o conhece sabe disso. É irmãozinho só porque é o mais novo, por que fora isso, é um irmãozão. É ciumento, é cuidadoso, é família, é amoroso. É porto seguro pra quem ele ama - tudo bem, lá do seu jeito meio truculento, meio impositivo, meio mandão... mas o que importa? O que importa é que ele sabe que amor é tudo. E família é amor. E ele sabe tudo de amor. Tanto que tá bravo comigo, por que meus filhos não vão pra Goiás neste fim de ano, só porque estou morando longe, e falta tempo($$$) pra eles virem aqui e irem pra lá.
Que Deus não permita que ele mude. Ele, agora, é o elemento agregador. E é tão, mas tão, mas tão bom saber que ele tá lá, e que posso contar com ele pra me ouvir, pra me amparar, pra me apoiar - mesmo que às vezes eu tenha que puxar sua orelha, né não? ;)
...
Este post era pra falar das férias, que estão aí desde segunda (e hoje é quinta!) e não fiz nada ainda. No fim, foi muito mais legal. Como sempre, tudo o que não é planejado acaba sendo melhor.
:)
Férias, então.