sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Penso, logo existo.

Não devia ser sonho, logo existo?
Em fase de questionamento... será que quarenta e quatro anos é muito tarde pra se descobrir?
Crise tardia de identidade?
Puxa! Se Lya Luft começou a escrever aos quarenta, se viveu um grande amor depois desta idade, se mudou sua vida a partir de então...
Tá, tudo bem.
Não sou Lya Luft, bem sei.
E ainda bem, porque se fosse, perderia seu exemplo que amo citar! ]
:)
Mas como Lucemary, não posso ter essas crises? Esses questionamentos?
Questiono-me desde sempre, pelo que me lembro - apesar das certezas todas que carrego comigo, desde sempre também.
Lucemary. Lucemary Peres. Lucemary Peres de Assis. Lu. Lucinha. Looper. Lux.
Coisas bobas, pensamentos bobos, questões bobas.
Será?
Elucubrando, apenas.
Foi só pra contar pra minha fiel, atenta e tão semelhante leitora, que faz parte, afinal: medos, dúvidas, questionamentos.
Mas a melhor parte é quando a gente "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima"!
Ou, como diria um leonino genuíno, quando a gente sacode a juba, arranha a garganta num rugir sensacional, olha em volta e percebe que tudotudotudo vale a pena.
Até os medos revelados inadvertidamente - porque no fim, você é soberano, e pronto.
Nem que seja de seu próprio mundo - ou de seu infinito particular.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Caminhos, destinos e afins



A gente nasce e bom... não tem muita escolha.
Somos cuidados, bem ou mal, por nossos pais, a quem podemos amar ou não, e que traçam nosso caminho até que estejamos aptos a nossas próprias escolhas.
A primeira delas, no meu caso especificamente, foi o vestibular.
"O que é isso de relações públicas, filha? Tem doutora antes?".
Não, mãe, não tem. Na verdade não tem nem muito futuro se a gente não acredita de verdade.
E na verdade essa escolha foi errada, eu queria jornalismo.
Optei por RrPp por ser menos concorrido, de escore menor, e por ironia, passei com média suficiente pra jornalismo. Mas aí, pensei, posso depois fazer reaproveitamento e 'voilá': dois cursos!
Que nada... no meio do caminho, outro caminho se cruzou ao meu, e juntos trilhamos outros passos que nos levaram a escrever uma grande história e três filhos e depois, nossos caminhos se separaram. E aí também não haviam escolhas, filhos pequenos e uma vida pra levar... não dava pra sonhar.
Os filhos cresceram um tanto, e cada um seguiu seu caminho, entoando seu canto ao vento... e aí então, era a hora de outra escolha.
E a escolha foi por voltar atrás, pra cuidar das pessoas que haviam cuidado de mim, me dado amor, me possibilitado ser quem sou... até a despedida triste, e a constatação de que, por mais que caminhemos, nossos caminhos sempre parecem incompletos, imperfeitos, inacabados.
Então, mais uma vez, escolhas.
Sem marido, sem filhos, sem pais, sem ninguém que precise de mim.
Podendo escolher de verdade o caminho - de sonhos ou não.
Meu Deus, como é difícil!!!
Escolho chutar o pau da barraca, jogar tudo pro ar e ir viver na praia, com um ateliê de artesanato, vendendo sanduíche natural e escrevendo poemas... mas esta escolha, a dos sonhos, infelizmente não paga as contas.
E estas, rapaz, são tantas!!!!
É isso aí.
Uma pessoa, numa encruzilhada, e alguns caminhos.
Qual deles escolher?
Qual seguir?
Será que saberei escolher o que eu quero de verdade?
E o que eu quero de verdade?
O que me fará feliz?
Será que algo me fará feliz?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"Eu prefiro ser..."



"... essa metamorfose ambulante..."
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Quando as pessoas cantam esse refrão da música do Raul, esquecem o restante.
Acham que 'metamorfose' aplica-se somente à aparência.
Esquecem o 'do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo'...
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E eu não consigo ser assim.
Mudo a aparência, mudo os sonhos, mudo as crenças - embora a essência permaneça.
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Hoje estou loira, loiríssima.
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E acredito que, contrariando Jobim, 'é possível ser feliz sozinha'...
Se bem que isto não é uma mudança, né? Já que sempre acreditei nisto...