sábado, 20 de dezembro de 2008

Perfil



Leonina,



















Leonina.
Ascendente em peixes.
Dragão no horóscopo chinês.
Adaga no horóscopo cigano.
Estrela no horóscopo druída.
Número de destino: cinco.
Filha de Ogum,
sob proteção de Vehuiah.
Mulher de fases,
hoje sou mais eu,
mais que sempre,
mais que nunca.

Minuano cantante em madrugada de inverno,
acalanto noturno na noite insone,
plena de sonhos a se realizar.
Brisa suave na Bahia de Todos os Santos,
sobre o mar escuro, envolta no reflexo da lua,
que faz viajar.

Ar rarefeito no planalto central,
sob o brilho de infinitas estrelas que ali
brilham como em nenhum outro lugar.

Agitada, suave, parada.
Posso ser tudo,  posso ser nada.
Fluida criatura sem rédea, sem freio, sem arreio...
Balzaquiana, autêntica, absoluta.

Hoje sou mais eu,
mais que sempre,
mais que nunca.

(Escrito um dia pra o perfil do Orkut, publicado aqui pra não se perder... a imagem é porque, à época, meu cabelo estava bem assim)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sobre sonhos e significados.



Não sei se sou uma pessoa mística. Às vezes acho que sim, às vezes tenho dúvidas.
Sou sim, uma pessoa de fé. Acredito em Deus, de uma forma que não sei explicar. Acredito que exista uma 'força estranha', como dizia Roberto Carlos, que me leva não a cantar, mas a viver. E a acreditar, num ciclo sem fim, enfim.
. Estávamos, Paulinha, eu e Tata conversando, na cozinha. Na varanda da frente, mamãe fazia as unhas. Havíamos chegado de viagem há pouco, e depois de conversarmos um pouquinho, ela voltou à manicure para depois se juntar à nós na cozinha - e na cozinha, conversávamos animadas sobre sabe-se lá o quê, amenidades, besteiras, aquelas coisinhas que se diz quando se está bêbada de alegria, e essa era a sensação do momento: estávamos, as três, embriagadas de alegria pelo encontro. Aí ouço, bem clara e nítida, papai dizendo lá de dentro: " - E a mochila da Loira, vocês trouxeram?" " - Está na mochila, Papai." As duas me olham, um tanto surpresas, quando respondo assim, e papai insiste lá de onde está: " - Pega e tira logo da mala, se não vocês vão acabar esquecendo!" " - Ai, papai, o senhor não muda nunca, que coisa! Já vou pegar, não vou esquecer, pode deixar! Eita, Tati, que esse seu pai não muda nunca!!!" Olho para as duas e suas expressões de espanto, medo, surpresa, sei lá o quê, faz de repente a ficha cair: papai não está mais entre nós. Mas a voz que ouvi foi clara, foi real, foi... começo a chorar, e mamãe vem lá de fora, "filha, não fica assim, o que tá acontecendo?", "não sei, mainha, não sei, não consigo esquecer, papai está tão vivo dentro de mim, na minha memória, sei que de alguma forma o atrapalho, mas não consigo, não consigo não lembrar, não sentir sua falta, não pensar que poderia ter sido diferente..." E o choro vem, copiosamente. Não consigo controlar minha lágrimas, os soluços, não consigo não chorar, por mais que mamãe tente me acalmar, me consolar... tenho o rosto molhado, inchado pelo pranto e aí... acordo. Acordo com o rosto molhado, inchado pelo pranto, o travesseiro enchacardo pelas lágrimas e me dou conta de que era um sonho. Um sonho que expressa tão bem como tenho me sentido que provocou lágrimas reais. Aí, quando entro no orkut pra vir aqui postar (caminho natural, pra ver se tem recados novos), o recado de uma amiga de tanto tempo contando que perdeu a mãe em julho, e que é uma dor tão grande, e... Sinto falta de meu pai. Sinto falta do arrastar de seus chinelos pela casa, cantarolando 'Carolina, Carolina...', sinto falta de nossas discussões que ele alimentava meio com alegria, meio com pesar, acho que só pra me ver discordar dele... sinto falta da sua presença pela casa, da sua preocupação com cada filho, sinto tanto tanto sua falta. Sinto falta de meu pai - e ainda não aprendi a conviver com esta falta em seu lugar. Acho que talvez seja o natal chegando. O primeiro natal sem ele. Sim, sei que virão muitos, sei que todo mundo perde alguém que ama, sei que este é o caminho natural, sei que todo mundo parte um dia. Sim, eu sei. Mas ainda estou tentando trabalhar isto dentro de mim, estou tentando aprender. Sei que um dia vou conseguir. Por acreditar em Deus, acredito que meu pai está bem, onde quer que esteja. . E por acreditar em Deus, sei que vou conseguir.