quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Drummond que eu não conhecia

Que amo poesia, não é novidade.
Que sou apaixonada desde-sempre-pra-todo-o-sempre por Drummond, também não.
E descubro hoje, na net, um poema chamado "Casa Arrumada". O Pensador do UOL garante que é dele.
E é muitomuitomuito a minha cara.  =)  (a pessoa se acha, né? Fala sério...)
Com a palavra, ele, Drummond.



"Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar."

Fala sério, não é lindo???? E resume tudo o que eu sempre digo... a casa da gente tem que ter a cara da gente.





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Bandeira Dois

Mãe leonina, pouco possessiva.
Único filho homem, caçula, 19 anos. Segundo as irmãs, o dodói da mamãe. Nunca namorou - pelo menos, nunca apresentou uma namorada à família.
Aproveitando a família toda reunida, imagina que a mãe vai manter a compostura ao saber do namoro, sem bancar a madrasta da Branca de Neve e conta que está, sim, namorando.
A mãe não só sobrevive à notícia como reage muito mais civilizadamente do que o esperado. Animado com isto, o "baby" aproveita:
"- Então, mãe... empresta o carro pra buscar a namorada pro evento da irmã?"
"- Não, que você não tem carteira. Mas vou com você buscá-la..."
"- Era a isso que me referia, mãezinha!! Sete e quinze está bem?"
...
As 19:15 pontualmente saem da garagem para buscar a moça. O filho indicando o caminho, segundo o que informaram. Ele também não sabia o endereço exato. Param para perguntar a um transeunte:
"- Quem vocês procuram????", cara de mau.
"- Fulana, minha amiga", responde a mãe. E se disser que é a namorada do filho e ali, naquele bairro não gostarem de moços de fora que namoram as moças locais??? Imagina que vai colocar seu filhinho em risco!!!
"- Só seguir reto, na segunda esquina."
Em frente à casa, o filho, gentil, desce e abre a porta traseira para a namorada entrar. Incontinenti, entra junto.
"- Mãezinha, a senhora não se incomoda se eu for aqui também não, né?"
...
"-Ah, mãezinha, eu não quis que ela se sentisse sem graça..."
...
Filho, uma lição pra todo o sempre: ao apresentar a namorada para a mãe (no caso, a sogra) NUNCA, mas nunca mesmo, a transforme em motorista de táxi, sob o risco de ter a vida transformada em inferno para todo o sempre no caso de casamento com a candidata em questão... sorte que sua mãe é uma pessoa muito gentil, bem humorada, inteligente e com jogo de cintura (acima de tudo, modesta) e não guardou mágoas (depois dos hematomas que deixou em você).

sábado, 3 de setembro de 2011

"Deste lugar...

...que divido com minha filha
e com as formigas, olho o mar,
ouvindo Osvaldo Montenegro:
“eu amava como jamais poderia se soubesse como te encontrar”...
Assim, o meu amor.
Busco meu homem, perdido em algum lugar
nesse mundo sem esquinas.
Ruas e ruas caminhei, e continuo, incansável,
sem chegar à esquina, aquela,
onde vou topar com meu amado.
Se até Marcinha encontrei
numa esquina do pelourinho!
Estrangeira em meu corpo,
porque não vislumbro
o vulto do meu amado
a esgueirar-se das sombras
nessa esquina em que me encontro agora?
Ou na próxima?
Que não tarde, apenas.
A angustia toma conta de mim
E não quero ser a mulher triste,
melancólica , cansada,
quando esse encontro acontecer.
Quero ser luz,
Alegria, acalanto.
Colo onde meu amor
possa se fartar,
e se recostar,
e permanecer."



Ataque de inspiracao. Cansei.
*Postado originalmente em 26/06/2004 em http://www.tialux.flogbrasil.terra.com.br/

A história das coisas...

A primeira vez que ouvi falar sobre este vídeo, foi através do meu amigo Pujol. Ele colocou no FB a versão original, em inglês. Sim, eu confesso. Meu inglês é sofrível, mal dá para me comunicar em situação de emergência. Então, não dei a ele o verdadeiro valor.
Aí, fui na consulta com meu médico de família, que eu AMO, o dr. Sérgio. Prá quem não sabe o que é um "médico de família", a CASSI explica. Ele é daqueles profissionais da saúde que abundavam na época do meu avô e que são raros hoje em dia: os que se importam. Os que olham para o paciente e enxergam ali um ser humano. Ele é daqueles médicos que conversam com você, escutam o que você diz (e o que você não diz) e analisam você como pessoa, como um todo, não apenas "mais um". E faz parte daqueles que acreditam que a alma tem que ser cuidada também.
E contei pra ele do meu compromisso. E do blog. E ele me falou sobre este vídeo, e sobre outro, muito interessante (espanhol) que fala de obsolescência (este vídeo aqui também aborda), aí fui procurá-los, e hoje partilho o primeiro com vocês.
Talvez vocês já o tenham visto. Se não viram, vale a pena!!! Sério. São pouco mais de vinte minutos (tá, eu sei, eu sei, VINTE MINUTOS???, mas é muito bom, mesmo) que nos fazem pensar bastante.
Um bom sábado para todos!