quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Reestruturação

Estou cronista semanal, às terças (e só agora me dei conta de como isto, para mim, é simbólico) num blog interno da empresa.

Não importa o que eu tivesse planejado escrever esta semana: diante das impactantes notícias de reestruturação divulgadas na segunda-feira (que não, ainda nem entendi bem), não ia rolar.

Pensei com meus botões que não poderia ignorá-las.

Escolhi falar sobre algo que gosto muito, palavras. E seus significados.

Abracei algumas que, via de regra, são vistas como negativas - mas que eu, particularmente, considero positivas.

Ca.os. sm*

1. Estado em que predominam a confusão e o desequilíbrio totais; babel, barafunda, desordem.

2. Nas narrativas e teorias cosmogônicas e nas mitologias que antecedem o surgimento da filosofia, vazio primordial que teria precedido a criação do Universo.

Percebe que coisa linda? Não, não estou negando a confusão ou o desequilíbrio, meu povo. Ou o medo que ele traz.

Apenas lembro que é a circunstância que possibilita o novo - e renovar/inovar é preciso, sempre.

A Vida é feita de renovação, inovação, reinvenção. Por vezes, inspiração.


Crise. sf*

1. Conjuntura desfavorável; situação anormal e grave; conflito, tensão, transtorno.

2. Momento em que se deve decidir se um assunto ou o seguimento de uma ação deve ser levado adiante, alterado ou interrompido; momento crítico ou decisivo.

De novo, ói: um significado ruim sucedido por um bom. Sim, é bom, sim. Ponto.

Decisões fazem parte do dia a dia.

A gente decide procrastinar ou não pra levantar da cama; o que comer no café da manhã; que roupa usar para sair; adotar ou não o hábito de escovar os dentes, usar hidratante e protetor solar; fumar; consumir carne; enfim… decisão faz parte da nossa Vida.

Todo dia, todo santo dia.

Da mesma forma decidimos também como encarar desde os pequenos dilemas cotidianos até as maiores adversidades e intempéries.

E nosso caminho e nosso destino, PSOa, é resultado dessas escolhas - desde a mínima até a mais descomunal.

Cada decisão tem sua consequência. Claro, não se pode negar a casualidade, as oportunidades, o imponderável - mas são circunstanciais.


Muvuca. sf*

1. Manifestação ruidosa e agitada; confusão, tumulto.

2. Aglomeração barulhenta de pessoas em locais públicos, em momentos de lazer; agito, ouriço.

Só apareceu aqui porque lembra a expressão que quero, de verdade, abordar: V.U.C.A. Mundo V.U.C.A..

Pode ser resumido como MU.V.U.C.A., pode não?

Pois.

O termo VUCA não é novidade: foi criado na década de 90, no cenário pós-guerra fria.

Surgiu do acrônimo das palavras Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity. Representa as características do mundo que vivemos hoje.

O MU.V.U.C.A. é parte da nossa realidade. Sabendo ou não o que significa, cada um de nós faz parte dele. Vamos entender cada palavra?


Volatilidade: surge da velocidade das mudanças no mundo empresarial. É preciso ter um mindset ágil, para contornar/se adequar/se preparar para estas mudanças.

Incerteza: surge da própria volatilidade. Se tudo muda o tempo todo, é cada vez mais difícil prever os resultados futuros, mesmo quando existem muitos dados a disposição.

Complexidade: surge por conta da conectividade e interdependência de todos os fatores. Uma única ação, pode ter enormes consequências.

Ambiguidade: significa que é difícil se planejar, por conta de uma falta de clareza e de uma relação direta entre certas características.

Ou seja, precisamos entender que o pensamento linear, quadrado, perfeccionista e altamente detalhado não cabe em muitos dos cenários que vivemos hoje. Olhando para o futuro a tendência é que isso aumente mais ainda.


Mas ahhhhh!!!! Arrá!!!!


O que eu não sabia e aposto que você também não, é que "Muvuca" tem outro conceito muito interessante, usado no meio rural e ambiental: "técnica de misturar sementes que ajuda a recuperar áreas degradadas".

Saberes dos povos indígenas, coisa mais linda!

Recuperar áreas degradadas.

Recuperar. Reviver. Renascer.


Confesso, PSOa: ando meio cansada do excesso de informações, da rapidez das mudanças, do cenário que se apresenta.

Só que né? Isto é fruto do desenvolvimento e da tecnologia - não vai regredir.

E não há o que eu possa fazer para mudar esta realidade a não ser mudar meu olhar, minha perspectiva, minha atitude.

Aprendi que dar murro em ponta de faca dói muito e, maioria das vezes, a faca permanece intacta enquanto minha mão se dilacera. Não faço mais.


Pra terminar quero deixar uma citação da "California Academy of Sciences" que, aposto, você acha que é do nosso ChefoMor, tanto ele cita:


"Quem sobrevive não é o mais forte das espécies, nem o mais inteligente. Quem sobrevive é aquele que melhor reage às mudanças."


Boralá, juntos, sobreviver?