sábado, 26 de novembro de 2011

Então é natal...

Aprendi, não sei quando nem onde muito menos como, que o dia certo para montar a árvore de natal é 26 de dezembro - esta data seria o marco do dia em que os reis magos sairam em peregrinação em busca da criança que nasceria em Nazaré.

Hoje o santo google me disse que esta tradição varia de país para país:

"Em muitas cidades dos Estados Unidos, por exemplo, só se monta a árvore na véspera de Natal, é a famosa noite anterior tão esperada pelas crianças. Em muitos países da Europa já no dia 25 de novembro, um mês antes, a população monta o presépio e a árvore. Entre nós, nunca se firmou uma tradição, mas gosto de um costume de Petrópolis, onde nasci, que manda montar a ornamentação no dia 6 de dezembro, Dia de São Nicolau, nosso querido Papai Noel, ou Santa Klaus, como dizem os de língua inglesa, e a mesma tradição manda desmontar, impreterivelmente, até a meia-noite do dia 6 de janeiro..."

Pois é, mas eu mantenho a minha tradição pessoal, e hoje montei a decoração natalina em casa.
Para mim, dezembro é mágico - desde sempre. Quando era criança nos reuníamos na casa do Vô Nano para comemorar, minha família, vovô e vovó, tios, primos e alguns amigos, o natal. E mesmo sem muitos presentes - era uma época em que o acesso à bens supérfluos era bastante restrito para minha família - era a melhor data. Todos estavam felizes sempre, uma energia boa tomando conta do ar, e havia uma união e um amor que nos unia que ainda hoje não sei explicar. Talvez fosse, sim, a magia dos meus olhos de criança transformando a realidade - mas a transformava, então, de tal maneira que até hoje o natal continua sendo a festa do ano que mais gosto. Cresci, e na casa de meus pais sempre era uma delícia, quando começava dezembro mamãe tirava das caixas não só a decoração do natal, como os discos... e o ar se enchia de música natalina. Eu amava! Nesta época a situação financeira já era bem melhor, e sempre havia bons presentes para todos. E apesar de gostar muito, paradoxalmente sempre foi uma data melancólica também... tem uma canção que não ouço há trocentos anos, mas que particularmente amava muito: quando chega o natal, do Ivon Curi. Ela é muito triste, eu acho. Mas eu gosto muito, muito dela.

Então o tempo passou, fiquei grávida e Paula nasceu no natal. Exatamente no dia 25. Foi um presente de Deus, fala sério??? E logo depois veio Maya, e um tempo depois, Matheus. E os natais, que eu já amava, passaram a ser melhores, infinitamente melhores. Amava dezembro ainda mais - meus filhos sentiam a magia do natal tanto quanto eu, e adorava enfeitar a casa, fazer os presentes, arrumar as coisas para a festa... era tão bom! Todo ano montar o pinheirinho era uma delícia, junto com as crianças, que contavam nos dedos os dias para tudo isto - e enfeitar a casa era um ritual familiar muito bom.
Mas aí eles cresceram, e cada um seguiu seu rumo. Ainda assim, mantive o hábito de preparar a casa para esperar o natal - afinal, o que mais gosto no natal é o espírito, o clima no ar. E hoje, mais uma vez, enfeitei a casa sozinha. Maya estava aqui, dormindo no sofá. E ao mesmo tempo em que eu ia escolhendo os enfeites, rearrumando alguns, fui sendo invadida por uma sensação tão melancólica, uma vontade tão grande de que o tempo pudesse, magicamente, voltar atrás. E ter os três comigo, pendurando enfeites, luzinhas, escolhendo onde colocar festões, papais noeis, arranjos, escolhendo presentes, cartões. Hoje não sei nem se passarei com eles natal ou ano novo. E tenho que aprender a conviver com isto.

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