quarta-feira, 4 de julho de 2012

Do fundo do baú...

Espero um amor
que me pegue
com gana
me jogue na cama
me faça delirar.

Quero um amor
de mãos rudes e doces
barba por fazer
que me ponha no colo
me arranhe inteira
me deixe dormente
de tanto prazer.

Mas veja bem, este amor
que entorpece
entontece
desvaria

este, que espero

tem que ser também
um amor
assim delicado
como na música de Caetano.

Porque o amor,
ah, o amor!

não tem fórmulas prontas:
agora é assim,
te pego no colo
te afago, te beijo,

depois é assado,
a pegada aquela do desejo
repentino
represado
explodindo.

O amor, meu bem,
não tem receita.

E o amor que desejo
é assim, inconstante,
irreverente,
inesperado.
Ousado e delicado,

Um amor sem fórmula pronta
que me conquiste
me domine
domestique a fera
que há em mim

e também
me aconchegue
me envolva
me afague
me proteja.


(Madrugada insone, fazendo faxina em papéis. Encontro uma pasta com algumas folhas escritas, coisa antiga, de quando não sei. Leio curiosa, e nem tudo acho que vale a pena. Mas não quero perder, é o que escrevi. Salvando aqui.)

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