quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coco Channel - ou "dá licença, faz favor?"

Classe, elegância, irreverência, estilo. Atemporalidade.
São palavras até óbvias quando se pensa ou se fala em "Channel" - sempre em conexão instantânea com moda, roupas e acessórios: preto básico, corte de cabelo, pérolas, bolsa com correntes.
Não, não quero e nem vou falar de moda. 
Não sou expert no assunto e nem vou me aventurar. 
Quero falar de estilo - palavrinha pequena que inclusive nomeia uma revista feminina de uma grande editora brasileira. 
Channel era mais que tudo estilo. 
De ser e viver, e deixar viver. 
Li, dia destes, uma frase atribuída à ela que ficou martelando na cabeça e resume seu estilo - e descobri, faz parte da essência do que sou, mesmo inconscientemente. 

"Para ser insubstituível uma pessoa tem que mudar sempre."

Inquietude faz parte de minha alma desde que me entendo por gente: nunca me contentei com o que olhava, sempre enxergava além, lia nas entrelinhas, quis mudar e revolucionar o mundo. E à mim mesma. 
Como diz Lya Luft, "reinventando-me a cada momento". 
Jamais mudei algo para me eternizar na lembrança de alguém, sim por buscar aplacar a ânsia pelo novo, pelo diferente, por conhecer e desbravar e (re)inventar... desde mudar a decoração do meu quarto (teve aquela vez que fiz laços com TODOS os papéis de bombons e chocolates que ganhava, e ia colando na parede, depois no teto, até que logo após a páscoa meu quarto estava completamente tomado por laços de todas as cores e tamanhos!), a posição dos móveis da casa, o penteado, a cidade em que morava... 
mudança faz parte da minha vida desde sempre, desde antes mesmo que eu fosse a dona e senhora dos meus passos e meu destino. 
E isso nunca me incomodou - talvez porque mudando tanto conheci pessoas, lugares, realidades diversas - que fizeram de mim quem sou hoje. Que me fizeram aprender e crescer. 
E talvez por saber que, mesmo mudando a cidade, as idéias, o visual, os móveis de lugar, a profissão ou seja lá o quê, sempre há no mundo lugares para onde tenho abrigo e proteção, com pessoas que me conhecem além das aparências e me amam como sou, tendo sempre colo acolhedor pra me aconchegar.
Então... dia desses comecei a questionar se este meu gosto pelo novo (entenda-se que novo não é necessariamente algo zero bala, e sim algo transformador) seria algum tipo de problema de baixa auto estima, de (in)definição do meu lugar no mundo, ou qualquer outra neura assim... isto por conta de um texto que escreveram pra mim tempos atrás sobre as mudanças do meu cabelo (nunca tinha pintado o cabelo até há pouco tempo, pra não me tornar escrava de salão... mas quando comecei, tomei gosto pela coisa e quis experimentar do loiro ao ruivo!). 
Passei algum tempo ponderando sobre isto, até pra contrariar o fato de que sou impulsiva e passional.
Concluí que não, não tenho problemas de indefinição sobre mim ou meu lugar no mundo. A vida inteira tive personalidade forte, bati de frente, perdi algumas, ganhei outras, preferi cor à "nude", falei alto, ri alto, escolhi meu caminho mesmo quando parecia que não tinha escolhas.
A vida inteira fiz amigos que trago até hoje no coração. 
Desafetos? Certamente. Mas não os lembro. 
E sei que fui referência - talvez nem sempre como gostaria, mas deixei minha marca. 
A vida inteira tive pessoas se inspirando no meu humor, no meu jeito de vestir, de falar, de pensar, de ser, de viver. 
Acho que isto foi a única coisa que não mudou muito na minha vida.
Quem me conhece sabe que não me acho, e não faço tipo. Ou talvez faça, de acordo com meu humor. Mas não me acho, não me esforço pra ser assim - há coisas que são, apenas. 
E não se pode mudar, mesmo que se queira muito. 
Tentei, juro. 
Por pensar que parecia me achar, tentei não tomar iniciativa, não dar opinião, não me manifestar, affff!!!! 
Desapareci. 
Não dá.
E afinal, beibe, sou leonina. 
E não à toa, dragão no horóscopo chinês. 
Fogo e fogo.
Luz, sempre.

2 comentários:

  1. Realmente. Desde que me entendo por gente você vive mudando. A decoração da casa, pra começar. CARAMBA, como eu tinha raiva, quando eu chegava em casa do colégio e a casa estava diferente... TODA SEMANA!
    haha
    Cabelos, então... Foram VÁRIOS. Estilo... De vez em quando meio brega (haha), às vezes meio hippie, às vezes meio minimalista, ou clássico, ou...
    Mudança de cidade eu não vou nem comentar, dona Lucemary. =D
    Mas acho que é assim mesmo... Se reinventar sempre. Sair da mesmice. Mudar. Transformar.
    Eu também não entendo muito de moda - apesar de ADORAR! -, mas já li algumas coisas. Chanel? Como dizia aquele jargão: ADOOOOOOORO!!! =] Casaqueto, camélia, P&B, bolsa matelassê 2.55, o perfume nº5, o corte característico... Ela foi exemplo de mulher. Sim.
    Revolucionária.
    Elegante, mesmo quando calças ainda eram proibidas para mulheres.
    E foda.
    Muito foda.
    ...
    Assim como vosmecê.
    =D
    ...
    Claro, tudo tem um preço. A "constância" também é boa.
    Mas, como eu dizia no meu ex-orkut: eu gosto é do x. As contantes me entediam. (Frase de nerds, haha)
    ...
    Perdestes algumas vezes?
    Ok, claro, todos perdemos coisas pelo caminho. Mas, como dizia meu mestre Drummond (de quem tu me ensinaste a amar): "A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu."
    =)
    Love you.

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