segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A saga da casa própria - Desabafo.

Em 26 de julho de 2010 retornei à Curitiba, para morar.
Vim com o intuito de ficar mais próxima de meus filhos, que estão todos no Paraná – uns mais perto, outros nem tanto (nossa! Quantos!?!? Bom...somando-se aí a irmãmaisnovaqueémaisfilhaqueirmã, são quatro. E apenas Maya mora em Curitiba...).
Temporariamente estou morando com Maya, até achar meu canto.
E decidi que meu canto vai ser meu canto mesmo. Quero comprar algo.
Aí surgem as dúvidas e as limitações...
Sempre que penso em comprar algo pra mim, um espaço meu, penso em algo diferente, com personalidade. Eita pessoa metida, essa, nénaum? E o que é pior: metida e dura.
Mas já aprendi com meu pai que “sonhar não custa nada”... de mais a mais, nem sonho sonhos impossíveis.
Quero algo com charme, espaço, que eu goste e me sinta à vontade... de preferência um edifício antigo (são de cômodos maiores, pé direito mais alto, condomínio mais baixo e normalmente, edifícios menores, que os torna menos impessoais... tá, eu sei. Tem a estrutura hidráulica e elétrica antiga, normalmente pedindo reformas urgentes). Mas um apartamento grande num edifício novo num bairro charmoso custa sabe quanto???? Muito! Muito além do que posso pagar, principalmente.
Andei olhando anúncios de apartamentos em bairros que gosto, próximos ao centro: Cristo Rei, Juvevê, Ahú, Alto da XV, Cabral – e fui até o Cristo Rei, na Sanito Rocha, olhar um duplex. Lindo! Pequenininho, charmosinho. Pequenininho demais pro meu gosto. E sem garagem. Tá, tudo bem, não tenho carro. Mas e Maria Rita? Onde vou deixá-la? Se for pra morar em bairro,garagem é imprescindível! Sem contar que custava R$140.000. No centro, garagem não é tão necessária, afinal trabalho aqui, posso muito bem ficar sem carro por um tempo... aliás, Maria Rita fica num estacionamento, e o preço por moto é muito menor que o de carro!
Fui, com Olga, à Feira de Imóveis que aconteceu no fim de agosto, e tenho que confessar que me senti muuuuuito pobre. Quando dizia ao corretor que procurava um apartamento de dois ou três quartos, no Centro ou próximo,de até uns 150 mil, era olhada como E.T..
Gente, como é que pobre vive neste país??? Cadê o famoso “minha casa, minha vida”?
Se você financiar em torno de cem mil reais, sua prestação (com taxas de juros de 8,4% ao ano mais TR) sai algo em torno de mil reais. E aí? Mais condomínio,luz, água, pronto! Lá se vão mais uns trezentos reais.
Quem ganha um salário mínimo, então, não pode financiar casa própria? Não pode sonhar?
Putz.
Então, começamos a saga no Centro, e posso dizer, não é algo muito divertido procurar apartamentos – por mais que possa parecer.
Comecei olhando, há mais de um mês, apartamentos no centro bem centro mesmo, se é que me entende: dois apês no Tijucas – coração de Curitiba, bem na Boca Maldita, ambos com dois quartos, condomínio baixo e local privilegiado... mas ambos meio esquisitos, escuros, tortos, e apesar do preço excelente (R$132.000 e R$140.000) não me vi morando em nenhum deles.
Olhamos também um no Edifício Asa, esquina da Osório, coração de Curitiba também, tudo pertinho de casa, e... o apartamento era lindinho, ótimo, sala enooorme, dois quartos razoáveis, tudo com armários, preço óóóóótimo... o porém? A cozinha fica escondida no armário... não, tudo bem. Ela até que é funcional, posso viver com ela, mas o banheiro, ah... este não dava. Ele todo mal me cabia de pé... não, não. Apesar do preço ótimo, R$138.000.
Vi um na Muricy, quase esquina com André de Barros: xonei na hora! Grande,dois quartos grandes, cozinha grande, dependência de empregada, despensa. Enooorme! R$140.000. Mas o lugar... achamos meio “punk”, ficamos na dúvida, não foi então paixão avassaladora. Desisti.
Aí olhamos um excelente, no comecinho da Vicente Machado, quase em frente à panificadora 24 horas, tudo ali pertinho da Osório, como podem ver... mas este custava R$150.000 e apesar de ser bom, claro, arejado, era com carpete e o condomínio quase R$400, quem merece? Ia ficar uma cacetada mensal, prestação + condomínio,aí... não deu pra encarar, então, desisti.
Cheguei à conclusão de que era melhor me aquietar, pagar aluguel mesmo, e ir levando, mas meu coração continuava inquieto – e desejando meu cantinho.
Só que nesta história toda já estava pensando, com mais credibilidade do que gostaria, que não ia,nunca, encontrar um cantinho legal, num preço legal, que eu pudesse pagar.
Melhor sossegar o facho mesmo.

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