quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"E seus sonhos, quais são?"

"Liberdade! Palavra que o sonho alimenta, que não há quem explique e ninguém que entenda..."(Cecilia Meireles) Segundo dia de atestado médico, gripe (não suína), em casa.
Hoje dormi menos do que ontem, não sei se já me acostumei ao remédio, não sei se estou menos debilitada.
Fico ON no MSN, coisa rara, pra atender a primogênita que solicita uma 'conversa séria' (penso que vou levar uma baita bronca!). E vem falar comigo um querido, muito querido amigo, ex-cunhado, que traz no seu perfil os dizeres acima - quem sabe talvez um sinal.
Conversamos muito, não o suficiente pra matar a saudade, mas o bastante pra nos sentirmos recarregados neste sentimento de amizade que nos une.
E aí, do nada, ele me pergunta: "Pois é, minha cara e elegante amiga, e seus sonhos, quais são? Metas, planos..."
Fico sem resposta, e isto me assusta. Muito, aliás.
Paro um pouquinho e penso no que aconteceu agora, neste exato momento em que ele me pergunta e não tenho respostas: como me sinto?
Reconheço-me?
Sou eu esta pessoa que não sabe falar sobre seus próprios sonhos, metas, planos?
Tá, tudo bem.
Sei que nunca fui de ter sonhos grandiosos, metódicos ou impossíveis - sonhei ser mãe, o primeiro sonho que me lembro - e realizei-me.
Sonhei contar histórias e, mesmo de maneira não tradicional, realizo-me.
Sonhei morar na praia, junto ao mar.
Sonhei ter amigos - na acepção exata da palavra, mesmo que não fossem numerosos - e me realizei.
Sonhei ver meus filhos crescerem, tornarem-se pessoas especiais, sermos amigos. E me realizei.
E agora? Cadê meus sonhos?
Como posso buscar algo se não sei o que buscar????
Sei que meus sonhos estão aqui, em algum lugar. Devo procurá-los pensando no que meu amigo disse, antes de se despedir: "E não esqueça de que nós é quem somos donos da nossa história - quem a escreve somos nós."
Se gosto de contar histórias, não posso me esquecer de que a principal é a minha. É dela, afinal, que partem todas as outras - imaginárias ou não, que me proponho a contar. Então, com licença, que eu vou ali vasculhar os escombros do passado, pra ver se encontro meus sonhos escondidos, observando atentos - com medo do futuro.
E vou resgatá-los, com toda sua importância na minha vida.

Um comentário:

  1. Então era esse o teor da conversa que me abandonouu...
    hahaha
    Manheee.. sonhar é bom...

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