sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre amar e não amar



Pergunto-me porque amar, às vezes, é complicado.
Devia ser simples: eu amo, e pronto. E ponto. 
Mas não é. Nem sempre é.
Porque a dificuldade em aceitar o outro como ele é?
Porque medos e inseguranças sobre o sentimento do outro?
O que importa não é o que sinto? Não é isso o que me faz feliz? Claro que se amo e sou amada (e tanto o objeto de meu amor quanto quem me ama são a mesma pessoa) é muito melhor.
Claro que a certeza de ser amado por quem se ama traz paz, traz aconchego pra alma da gente. E porque esta certeza é tão difícil?
Porque é preciso ter o tempo todo demonstrações de amor, de necessidade, de dependência?
O que me fortalece, quando amo, é a força do outro. A sua integridade, independência, felicidade. 
Não preciso que ele dependa de mim pra nada - preciso sim, que ele queira estar comigo. E que isto seja uma opção, não uma necessidade incontrolável - porque a certeza de que meu amor está comigo porque quer assim é muito melhor do que a constatação de que ele está comigo porque depende de mim, do meu amor, da minha presença. 
O amor, prá mim, não gera dependência. É lindo, sim, "tu te tornas responsável pelo que cativas". 
Mas vejo esta responsabilidade como algo espontâneo e leve, não obrigatório e pesado. 
Se estou contigo, amor, é porque quero. É porque a cada amanhecer abro meus olhos e penso que escolhi estar contigo mais este dia que nasce. É porque trago no coração a certeza de que estar com você me completa e faz mais feliz. 
Se estou contigo, amor, é porque escolhi. E é isto que traz valor ao nosso amor: escolhemos um ao outro. 
E em tempo algum isto pode se tornar um jugo, porque aí perde o valor, e perde-se o amor.
São quatro da manhã e estou aqui, insone, a filosofar sobre o amor - tanto pra falar, mas os sentimentos e idéias são inúmeros, e as palavras não fluem com a rapidez dos pensamentos... então, melhor apagar a luz e olhar o sono chegar. Bem devagar. Pensando no amor - e no meu amor.

3 comentários:

  1. Se estou contigo, amor, é para pirraçar a Paula. Sim, não negue! Você admitiiiiu!
    Hahaha!
    Brincadeira, mãe.
    Mas ó... Palavra de filha, mas, principalmente, de amiga. Aquilo que te faz mais mal que bem não pode estar certo. E eu não sou tão drástica quanto o Renato Russo ("se o amor é verdadeiro, não existe sofrimento"), mas acho que, quando não valorizam a gente (e vc sabe que isso não acontece), quando enganam a gente, quando querem toda a atenção, tentam competir até com sua sombra, e te incomodam mais que tudo nessa vida... peraí! Alguma coisa está errada... E não alguma coisa em você. Afinal, de você as pessoas gostam. Os amigos e família do teu 'amado', inclusive. Por que dele não é da mesma forma? Será que é culpa tua? Ou, pior, como ele prefere afirmar, culpa do mundo inteiro e apenas ele está ileso, sempre certo?
    Mãe, talvez eu esteja sendo 'libertária' demais. Mas cama é, sim, bom. Mas não é tudo! Afinal, que mais que te oferece?

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  2. Que lindo, Lu. E que tapa na cara dos dependentes. Sim, admito, sou dependente quando gosto de alguém. Mas não conta p ninguém, porque eu finjo direitinho, rrsrs...

    Bjão!

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  3. Amar não é complicado. É simples. Você ama, e ponto.
    O complicado não é amar, mas conviver com o que se ama e com o fato de que aquele que se ama não é como nós gostaríamos que fosse; nunca será. Porque, se ele fosse o nosso ideal de perfeição, ele seria sem graça!
    Sinceramente, amor tem que ter atrito, sim. É natural da vida ter atrito entre as coisas, inclusive entre as relações humanas - e isso é bom, porque nós só andamos para frente por causa do atrito.
    Mas, cuidado: atrito muito intenso impede de seguir adiante.
    Então é você que tem que decidir se o atrito dos seus relacionamentos está impulsionando-a para frente, ou se está te impedindo de caminhar.

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