Anda ausente, até de si.
Nem adianta dizer que é um momento de crise.
Que vai passar.
Que logo retoma o ritmo normal.
Não há, efetivamente, nenhuma garantia disto.
E o que tem feito é passear.
Por seus pensamentos.
Por suas memórias.
Pelo universo virtual, visitando alguns blogs.
Três, particularmente, a fizeram enredar em suas idiossincrasias, suas certezas e incertezas, seus medos e anseios, suas buscas, encontros, desencontros.
Está com o texto na cabeça há mais de duas semanas, sem saber ao certo como colocá-lo no papel.
Ainda não sabe, considerando que muitas ideias se perderam no decorrer dos dias, no fluxo dos pensamentos.
Ainda assim, precisa listar palavras cruciais que desencadearam a crise de reclusão:
Ainda não sabe, considerando que muitas ideias se perderam no decorrer dos dias, no fluxo dos pensamentos.
Ainda assim, precisa listar palavras cruciais que desencadearam a crise de reclusão:
Sonhabilidade.
Ressignificação.
“Houve um tempo que...”.
Clichês, paradigmas.
Realizações.
Cotidiano.
“...pequeno embate das entrelinhas...”
Amor.
Cumplicidade.
Parceria.
Amor.
Cumplicidade.
Parceria.
Estas palavras, encontradas em posts esparsos, fizeram com que ela se visse, de repente, questionando a vida.
Tudo na sua vida.
Desde a profissão que escolheu, a profissão que exerce, o que não planejou pra si, o que sonhou pra si, os amores que viveu.
Se viu questionando relacionamentos, atitudes, pensamentos.
Valores.
Valores.
Ponderou sobre sonhos, sobre efetividade, sobre objetivos.
Sobre erros e acertos.
Sobre a pessoa que enxerga no espelho.
Em que momento a menina sonhadora, que tinha o mundo pela frente e pés descansados para percorrê-lo, se cansou.
Em que ponto aquela menina depositou seus sonhos na beira do caminho e sentou-se à margem, observando o fluxo apenas.
Em que exato momento ela se deu conta de que o mundo era maior do que ela podia, e desistiu da parte que lhe cabia.
Principalmente, em que lugar ela se convenceu que não merecia o amor.
E se feriu.
De morte.
De morte.